Elegante e discreta, a “primeira-dama” francesa, Brigitte Macron, completa 70 anos nesta quinta-feira (13), depois de quase seis anos como a conselheira mais próxima do presidente Emmanuel Macron.
“Esperem até 13 de abril, quando eu fizer 70 anos (...) Não lerei nada nesse dia”, confessou ela à revista feminina S em janeiro, fazendo referência à atenção que receberia da mídia no dia de seu aniversário.
Nascida em Amiens (norte), em 1953, Brigitte esteve sob os holofotes nos últimos seis anos por seu estilo sofisticado e as constantes provocações pela diferença de 25 anos de idade com Emmanuel Macron.
Brigitte tinha 39 anos, um marido, três filhos adolescentes e dava aula de teatro para Emmanuel, 15 anos, quando se conheceram em uma escola secundária de Amiens.
Apesar das críticas sobre o relacionamento, ambos se casaram em 2007. Brigitte foi o grande apoio de Emmanuel Macron e segurou sua mão na noite de sua primeira vitória eleitoral, em 2017.
O casal voltou a mostrar sua cumplicidade durante uma visita oficial à Holanda, na terça-feira (11), quando se reuniram com o rei Willem-Alexander e sua esposa, a argentina Máxima.
O compromisso do casal prevaleceu em 2019, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro zombou do físico de Brigitte, o que resultou no rompimento da precária relação política entre os dois países – até a chegada de Lula.
Conselheira na sombra
Brigitte Macron está no centro das atenções desde a primeira campanha eleitoral de seu esposo.
Muitos a consideravam uma mulher influente que relia os discursos do então candidato, presente em todos os seus comícios, e era aplaudida por seus partidários.
A ex-professora já foi alvo de notícias falsas e não hesita em acionar a Justiça para exigir o respeito de sua privacidade, algo que preza em seu casamento.
Por mais que o Eliseu afirme que ela não tem influência política, sua onipresença incomodou várias pessoas no ambiente presidencial.
“Vimos que o ponto de vista de Emmanuel poderia evoluir entre duas reuniões”, comentou Gérard Collomb, ex-ministro do Interior de Macron, à BFMTV, em 2019. “Então, pensávamos, olha, Brigitte passou por aqui...”.
Brigitte continua tão franca com o presidente quanto no primeiro dia, disse recentemente a jornalista do semanário “Le Point” Nathalie Schuck à AFP.
Autora de um livro sobre a “madame presidente”, Schuck acrescentou que “seu papel como conselheira é ainda mais importante do que durante o primeiro mandato. (...) Macron se isolou, a ponto de os dois principais assessores serem Alexis Kohler (secretário-geral do Eliseu, NDLR) e ela”.
“A melhor comunicadora de Macron”
Para o especialista em comunicação Philippe Moreau-Chevrolet, "é a melhor comunicadora de Emmanuel Macron. Ela o popularizou com essa história de amor (...), ela deu a ele um destino um tanto romântico, um pouco atípico”.
Apesar de o título de “primeira-dama francesa” não existir, o Eliseu formalizou o papel público de “cônjuge do chefe de Estado”. Brigitte não recebe remuneração e não tem orçamento, mas tem dois assessores e uma secretária.
“Tenho muita clareza de que os franceses escolheram Emmanuel e não eu, embora obviamente soubessem que éramos um casal”, afirmou a ex-professora de Línguas e Literatura do atual líder francês em entrevista à revista Elle em 2017.
Desde então, Brigitte tem demonstrado interesse por diversas questões sociais, principalmente relacionadas à educação e à saúde, a ponto de ter recebido mais de 100 mil cartas de cidadãos que a procuram em busca de ajuda.
“Há muitas cartas de jovens que sofrem assédio, ou de pais que não sabem o que fazer”, contou na rede TF1 em janeiro, assuntos que não hesita em discutir com o presidente.
“Eu ouço as críticas”, acrescentou Brigitte Macron. “Eu nunca me permitiria dizer a ele ‘faça isso, faça aquilo’, mas eu aviso”.