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Igreja Anglicana não reconhece casamento gay, mas dará benção na união civil

O casamento gay é permitido na Inglaterra e no País de Gales desde 2013, mas ainda não foi aceito pela Igreja Inglesa

O casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser realizado na Inglaterra e no País de Gales desde 2013, mas a Igreja ainda não permite esse tipo de união

A Igreja Anglicana informou, na última quinta-feira (18), que não incluirá o casamento de pessoas LGBTQIAP+ ao sacramento do matrimônio. No entanto, membros dessa comunidade poderão receber as bênçãos da Igreja em seus casamentos civis.

A decisão foi tomada após seis anos de deliberações sobre a inclusão dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo nos dogmas da Igreja Anglicana. Os bispos da entidade também vão emitir um pedido de desculpas às pessoas da comunidade LGBTQIAP+ devido à “rejeição, exclusão e hostilidade” enfrentada por esses indivíduos dentro das igrejas.

O casamento gay é permitido na Inglaterra e no País de Gales desde 2013, mas ainda não foi aceito pela Igreja Inglesa.

Nas redes sociais, o arcebispo de York, Stephen Cottrell, publicou que espera que os fiéis de fé e amor forneçam à Igreja Anglicana um caminho para celebrar e reafirmar os relacionamentos das pessoas do mesmo sexo. “Este é um passo a frente, e eu continuo a rezar pela unidade e a missão de nossa Igreja e por uma Igreja onde todos são bem vindos” explicou.

O comunicado da instituição informou que durante a Conferência de Lambeth, que discutiu sobre questões da dignidade humana, a maioria das igrejas que pertencem a comunhão anglicana continuam a aceitar apenas o casamento heteronormativo. No entanto, algumas paróquias possuem uma visão mais progressista sobre a sexualidade e, agora, podem abençoar e celebrar uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Pedido de desculpas

O arcebispo pediu desculpas à exclusão e aos maus-tratos que as pessoas LGBTQIAP+ enfrentaram ao longo dos anos. “Eu pessoalmente e em nome dos meus colegas bispos, gostaria de expressar nossos profundos arrependimentos e pêsames sobre a forma em que pessoas LGBTQIAP+ e aqueles que as amam foram tratadas pela Igreja”, declarou Stephen.

A decisão desagradou parte da comunidade que esperava que o casamento LGBTQIAP+ pudesse ser realizado pela instituição. “Com todo o respeito, este é um passo para o lado e para o beco, não para a frente. Vocês não estão todos preocupados que tenham entendido de forma tão errada? Quem vai responder pelos pecados da Igreja que fez a comunidade LGBTQ+ como bode expiatório por tanto tempo?”, um internauta respondeu à publicação de Stephen.

(Sob supervisão de Lucas de Borges)

Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento