Um iPad na mão, uma foto na memória do aparelho e o bluetooth ligado foram suficientes para um passageiro se expor nos EUA e acabar preso pela polícia federal americana, o FBI. O caso de assédio online aconteceu em um voo para Denver e foi relatado no TikTok.
O passageiro usou o protocolo AirDrop da Apple e mandou nudes para todos os outros dispositivos da marca que estavam a bordo com o bluetooth ligado. O recurso permite enviar e receber arquivos de forma rápida sem estar conectado à internet. Além de ser mais rápido e confiável que o bluetooth, o AirDrop mantém a boa resolução das imagens e dos documentos compartilhados.
Identificado como Larry pela comissária de bordo, Lawrence Martin, do Texas, foi confrontado pela funcionária, que pergunta se ele enviou a foto propositalmente. Ele responde que sim e diz que estava apenas “se divertindo”.
Lawrence Martin from Texas, grossssssss. I saw his ipad had airdrop open so I knew it was him, and yes, i sure did make a scene
A autora do vídeo conta que viu o AirDrop aberto no iPad de Larry. Ela aceitou a imagem para provar que vinha dele e, então, alertou os tripulantes do voo. Ao fim do vídeo, a passageira destaca que essa ação é uma forma de assédio sexual e Larry chega a se desculpar.
Mais tarde, a usuária diz que o exibicionista foi detido pelo FBI no aeroporto. Alguns passageiros do voo foram convidados a prestar depoimento. Um dos iPhones que recebeu a foto era de uma criança. O envio não foi aceito, mas o pai estava pronto para enfrentar o assediador.
Tldr: we got airdropped some n00ds and Larry acted like it was a casual Friday on our flight to Denver
Essa forma de assédio já tem até nome: é o cyberflashing. Um dos sinônimos do verbo “flash” é exibir o órgão genital em público. Quando a prática é feita de forma digital e em larga escala, com o AirDrop ou outro recurso de distribuição, recebe o prefixo “cyber”.
Uma pesquisa do instituto britânico YouGov aponta que quatro em cada 10 mulheres já receberam nudes não-solicitados. No Reino Unido, a prática se tornou crime este ano. Aqui no Brasil, a ação pode ser classificada como injúria, importunação sexual, perseguição, assédio sexual, estupro virtual e ameaça. Sempre que se sentir coagida e constrangida, a vítima deve buscar a delegacia mais próxima.