Ex-lutador do UFC, Godofredo Castro foi preso nessa segunda-feira (30) acusado de violência doméstica. Popularmente conhecido como ‘Pepey’, o brasileiro foi denunciado por sequestro e agressão física e mental contra Samara Mello. A prisão foi realizada em Deerfield Beach, na Flórida-EUA, onde ele mora com a esposa.
O ‘Combate’ divulgou que o ex-lutador foi acusado por cometer uma série de crimes, como sequestro com ferimento corporal e aterrorizar a vítima; agressão doméstica por estrangulamento; impedir ou dificultar comunicação com a polícia; e violência doméstica. A fiança de Pepey foi fixada em 120 mil dólares, cerca de R$ 651 mil.
Já nesta quinta-feira (4), Samara Mello foi às redes sociais se pronunciar sobre o caso. A esposa do ex-lutador deu um forte relato sobre violência doméstica. No texto, ela alerta sobre a importância da conscientização do tema e agradeceu por estar viva para poder impactar a vida do próximo.
“Meu nome é Samara Mello, sou esposa do Godofredo Pepey e também sou sobrevivente de violência doméstica. Quero dizer o que muitos jamais vão dizer: a violência doméstica é real no mundo dos esportes e, na comunidade de esportes de combate, ainda é um tabu que poucos têm coragem de mencionar”, escreveu. Leia, no fim da reportagem, o texto completo.
Carreira
Godofredo Pepey disputou 22 lutas enquanto profissional e somou 14 vitórias, sete derrotas e um ‘no contest’. Na carreira, ele ganhou popularidade por ter sido finalista da primeira edição do ‘TUF Brasil’, em 2012. Posteriormente, ele assinou contrato com o UFC, onde atuou por seis anos.
Leia a nota de Samara Mello, esposa de Godofredo Castro
“Meu nome é Samara Mello, sou esposa do Godofredo Pepey e também sou sobrevivente de violência doméstica. Quero dizer o que muitos jamais vão dizer: a violência doméstica é real no mundo dos esportes e, na comunidade de esportes de combate, ainda é um tabu que poucos têm coragem de mencionar.
Não podemos mais fingir que isso não existe. A violência doméstica vem em muitas formas: física, emocional, mental, sexual e financeira e nenhuma delas é aceitável. Hoje, estou me reerguendo e sou imensamente grata por ter sobrevivido para poder, agora, fazer a diferença na vida de outras mulheres.
Quando a violência acontece dentro de casa, não destrói só uma família, impacta toda a comunidade. Precisamos parar de tratar isso como um segredo, é no silêncio que a violência cresce.
Espero que as autoridades no Brasil e no mundo entendam que o sangue no meu rosto e no meu corpo escorre nas mãos de quem ainda vê o feminicídio como uma estatística, e não faz o suficiente para mudar isso.
As próximas gerações dependem das nossas decisões agora. Esse não é um problema a ser tratado, ele precisa ser abolido. Sou grata pela comunidade da luta e pelo apoio de organizações lideradas pela Rose Gracie, que leva isso a sério e apoia quem pensa que não tem mais saída.
‘Violência doméstica não é um problema particular, é um problema de todos nós’”.