Reinaldo Rueda, presidente do Santos, deu detalhes de como ocorreu a negociação entre o clube e a Blaze. O site de apostas online está na mira da CPI das Pirâmides Esportivas. O depoimento do dirigente santista ocorreu de forma virtual no dia 22 de agosto, mas o assunto voltou à tona nesta terça-feira (5), após a
Rueda admitiu que a negociação do atual patrocínio master do Santos partiu de Neymar Pai. O empresário procurou o presidente e informou que poderia intermediar o negócio com a Blaze, empresa que patrocina Neymar Jr.
“O contato inicial feito com o Santos, feito comigo, foi com o senhor Neymar pai. Ele tem um relacionamento amistoso com o clube. Ele me ligou falando: “Olha, vocês estão precisando de patrocínio. Eu tenho um patrocínio aqui que está patrocinando meu filho, no caso o Neymar Jr., vocês teriam interesse em conversar com eles?”, disse aos deputados.
As partes firmaram acordo após algumas rodadas de negociações. O contrato de patrocínio foi firmado por dois anos com um valor de R$ 45 milhões. São R$ 25 milhões foram antecipados e pagos à vista e 23 parcelas mensais consecutivas de R$ 869 mil. Rueda confirmou que os pagamentos estão sendo feitos de maneira regular.
Ainda de acordo com Rueda, a NN Consultoria Esportiva Empresarial LTDA, empresa que tem os pais de Neymar como dono, ganhou comissão no negócio. O valor destinado à NN foi de R$ 4,5 milhões.
O presidente do Santos afirmou desconhecer qualquer irregularidade envolvendo a Blaze. Rueda ainda disse que vai buscar informações com a empresa sobre os tópicos tratados na CPI.
CPI das Pirâmides Financeiras
A CPI investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.
A comissão foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos. Prazo que pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.