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Trupe do Galo: conheça o ‘Gorillaz do Atlético’ que se destacou por música para Hulk

Projeto musical, inspirado em banda inglesa, cria músicas sob olhar atleticano

Artes da Trupe do Galo, projeto que une música e o Atlético

Metade Galo, metade humano. Fazendo músicas sob um olhar atleticano. Assim se define a Trupe do Galo, um projeto musical encabeçado pelo compositor mineiro Lucas Ucá, torcedor do Atlético. A banda tem um EP lançado nas plataformas de streaming e que ganhou notoriedade nas redes sociais por um vídeo dedicado a Hulk.

Lucas se uniu ao baterista Stênio Severino e criou uma versão do hit “Song 2”, lançada em 1997 pela banda inglesa Blur, em homenagem a Hulk. Publicado em 28 de outubro, o vídeo acumula 218 mil visualizações e 11 mil compartilhamentos no Instagram.

“E o Hulk” ganhou projeção de forma orgânica nas redes sociais. Foi parar no WhatsApp, sendo compartilhado em diversos grupos.

“Esse tipo de insight acontece quando menos se espera. Claro, eu já estava voltado a fazer músicas sobre o Atlético. Deixei uma ‘antena’ ligada para, caso algo me chamasse atenção, eu iria. Eu peguei a guitarra e, de repente veio ‘E o Hulk’”, conta Ucá.

“Eu fiquei rindo sozinho aqui em casa. Depois, fui fazendo o resto da música em torno disso. Passei para o resto da banda e todo mundo ‘rachou os bico’ também e curtiram demais”, completa.

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Sobre a Trupe

A Trupe do Galo existe desde 2021. Em 2024, o projeto lançou um EP que carrega o mesmo nome da banda e que conta com quatro músicas. Entre elas, uma homenagem ao Tijuana, clube mexicano superado pelo Atlético nas quartas de final da Libertadores de 2013, com a defesa histórica de Victor nos minutos finais da partida.

“Queremos marcar os acontecimentos que acontecem, o que marca a torcida queremos deixar também. ‘Tijuana’ é, na verdade, uma homenagem ao time mexicano. Se não fosse esse time, não existiria ‘São Victor’. Não é tirando sarro, é uma homenagem ao time. É uma música mais latina, brincando com essa sonoridade”, explica o músico.

A banda costuma tocar em bares no entorno da Arena MRV antes dos jogos do Atlético, inclusive no Território do Galo, bar do ator Daniel Oliveira, ex-Globo. Eles também tocam em festas privadas de atleticanos.

O projeto foi criado com o intuito de aproximar música e futebol. As canções são baseadas na história do time, torcida, jogos inesquecíveis e jogadores que marcaram história. Com isso, o som brinca com o lado lúdico do esporte por meio da arte e carrega o desejo de mostrar que o futebol vai além das quatro linhas e da bola em campo.

“Temos uma busca de saber o que é essa ‘atleticanidade’. O que te faz ser atleticano? O que é ser atleticano e viver no mundo atual? Está rolando um jogo, como se fosse sua vida em 90 minutos. Você tem objetivos e quer vencer. Tem toda uma analogia, uma brincadeira sem limites”, diz Lucas.

Embora seja um projeto musical, a marca busca trabalhar em outras frentes. A banda se apresenta como personagens em desenho animado. Cada personalidade tem o seu perfil, sua forma de ver o mundo e todos são atleticanos.

“A marca pode se desenvolver para várias coisas. Por exemplo, eu penso em revista em quadrinhos, que já está sendo desenvolvido com esses personagens. A gente brinca com isso, o ser meio Galo e meio humano. São várias referências, como BoJack Horseman, por exemplo. Gorillaz. Inclusive é do Damon, mesmo cara do Blur”, explica o compositor.

Gorillaz é uma banda virtual britânica criada em 1998 pelo músico Damon Albarn, líder do Blur, em parceria com o cartunista Jamie Hewlett, coautor de Tank Girl. Formada por quatro integrantes animados — 2-D, Murdoc Niccals, Noodle e Russel Hobbs —, a banda acumula vários sucessos como “Clint Eastwood” (2001), “On Melancholy hill” (2010) e “Feel Good” (2005).

BoJack Horseman, por sua vez, é um série de animação adulta que mistura comédia e drama, criada por Raphael Bob-Waksberg para a Netflix.

“Eu criei esse projeto e fui chamando aliados para montarmos um projeto grande. Desde o início, fazia sentido para todo mundo. Nosso intuito é tocar na Arena”, salienta Ucá.

O compositor também faz um apelo sobre a música que fez em homenagem ao Hulk.

“Eu quero muito que a música chegue até o Hulk, inclusive. Essa música foi para ele e, claro, para a torcida também. Foi uma homenagem, dizendo ‘obrigado’, nós nos sentimos representados quando o Hulk está em campo. Aquela garra e aquela força nunca faltam. Então, deixamos nossa mensagem.”

Desenhos

As artes da Trupe do Galo têm autoria de Gustavo Amorim, da Polvo Estúdio. Ele trabalha o conceito do projeto com Lucas desde o início do projeto. Inclusive, todas as quatro músicas lançadas contam com um trabalho visual.

O EP lançado também contou com a participação de Lucas Gonçalves, baixista da banda de rock alternativa Maglore, da Bahia. Ele mora em São Paulo e é amigo de Ucá.

“O pai dele era atleticano e ele sentiu vontade de abraçar o projeto para homenagear o pai. Fui para São Paulo, levantei a base das quatro músicas que temos disponíveis nos streamings, e trouxe para BH.

Ao voltar para a capital mineira, Ucá levou o material para o estúdio do músico e produtor musical Marcos Marini para finalizar as músicas.

Novas músicas

A Trupe do Galo planeja lançar novas músicas e Assunção pode ser a inspiração. O Atlético decide a final da Copa Sul-Americana, no próximo dia 22, na capital do Paraguai, contra o Lanús, da Argentina.

“Tem toda essa ideia de Assunção e é uma ideia que adoro. América Latina, particularmente, tenho um encanto muito grande por esse tema. Falar que nós somos americanos, porque às vezes as pessoas esquecem e acham que é Estados Unidos. Mas nós somos americanos, não podemos ter vergonha disso”, reflete Ucá.

“É muito legal a questão do continente e abraçar os nossos ‘hermanos’, que às vezes ficam distante pela língua. Acho legal esse encontro. A música, a arte e o futebol também fazem essa aproximação. Esses torneios intercontinentais são para isso. Essa latinidade musical eu adoro”, completa o músico.

Além da final da Sul-Americana, Lucas busca inspiração em outro ídolo atleticano.

“Estou trabalhando para uma música para o ‘Rei’ (Reinaldo). Ele merece uma música. Na verdade, muito mais que isso. Mas a gente quer fazer para ele também. Gostamos de homenagear pessoas enquanto estão lúcidas”, conta.

“No final das contas, ficam essas relações humanas. O futebol precisa unir e alegar as pessoas no meio de tanta coisa no mundo”, conclui Lucas.

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.

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