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Segundo Muzzi, a decisão foi amadurecida ao longo das últimas semanas, após uma série de divergências internas. “Essa é uma decisão que já vinha sendo pensada há um tempo. O Atlético não compactua com essa visão individualista que, principalmente, o Flamengo vem tendo”, afirmou o dirigente.
O executivo destacou que a escolha pela Libra, em 2023, havia sido motivada por questões de segurança contratual e negociações com a TV Globo. “Naquele momento, achávamos que era o movimento mais adequado, havia mais segurança nas tratativas. Mas a LFU também fez um bom trabalho, e os acontecimentos recentes nos levaram a rever nossa posição”, explicou.
Mudança estratégica
Muzzi reforçou que a mudança não é apenas uma questão política, mas também estratégica, com o objetivo de contribuir para a criação de uma liga unificada no futebol brasileiro — algo que, segundo ele, ainda é essencial para o crescimento do esporte no país.
“O nosso objetivo sempre foi a criação de uma Liga. Só com uma Liga, de fato, o futebol brasileiro mudará de patamar. Tivemos avanços com a lei das SAFs e estamos batalhando pelo Fair Play financeiro, mas falta a Liga”, afirmou.
Boa relação com clubes
Apesar das críticas ao Flamengo, o CEO ressaltou que o Atlético mantém uma boa relação com os demais clubes que integram a Libra.
“O Atlético sempre foi muito bem recebido por todos os associados à Libra. A relação, exceto com o Flamengo, que só tumultuou, é muito saudável. Tenho certeza de que os clubes entenderão e, eventualmente, vão repensar suas posições também.”
Muzzi concluiu reforçando a importância da união entre as equipes brasileiras para o fortalecimento da modalidade: “Só tem jeito do futebol andar para frente com união e diálogo. É assim que o futebol brasileiro vai evoluir.”
Atlético na LFU
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“A Sports Media Entertainment irá adquirir parte dos direitos econômicos do Atlético relacionados ao Campeonato Brasileiro. A implementação dessa transação respeitará contratos vigentes e estará sujeita ao cumprimento de uma série de condições precedentes e obtenção das aprovações necessárias”, diz a nota do Atlético.
Com a chegada do time mineiro, a LFU passa a contar com 34 equipes, incluindo Corinthians, Fluminense, Cruzeiro, Vasco, Internacional e Botafogo. Já a Libra segue com 13 integrantes, entre eles Flamengo, Palmeiras, Grêmio, São Paulo, Bahia e Santos.
Anteriormente, o Atlético já ‘fez parte’ da LFU. Até 2023, o clube mineiro era integrante da Liga Forte Futebol (LFF), que se fundiu ao Grupo União para formar o coletivo atual.
Diferença nos critérios de divisão
A principal divergência entre os blocos está na distribuição do dinheiro das transmissões. A Libra adota o modelo 40-30-30, com 40% do valor dividido igualmente, 30% conforme a posição na tabela e 30% de acordo com audiência.
A LFU, por outro lado, utiliza o formato 45-30-25, aumentando a fatia fixa para equilibrar as receitas entre os clubes.
Clubes da LFU
- Atlético, Botafogo, Corinthians, Ceará, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Sport, Vasco, Atlético-GO, Athletico-PR, Amazonas, América, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, CRB, Goiás, Novorizontino, Operário-PR, Vila Nova, CSA, Figueirense, Ituano, Londrina, Náutico, Ponte Preta, Tombense.
Clubes da Libra
- Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa.