O Racing-ARG foi punido pela Agência de Prevenção da Violência no Esporte (Aprevide) da Argentina após o uso de fogos de artifício e pirotecnia no
Durante esse período, o clube não poderá receber público em nenhum setor do estádio, incluindo arquibancadas, cadeiras e camarotes. A sanção, segundo o documento oficial, decorre de “falta de organização no controle e vigilância”, configurando risco à integridade física de torcedores e demais presentes no local.
Além disso, mesmo após o cumprimento da suspensão, o Racing terá restrições adicionais: nas três partidas seguintes em que voltar a ter torcida, estarão proibidos tambores, trombetas, bandeiras, telões e qualquer outro elemento visual ou sonoro que exija autorização prévia.
Punição imediata
A decisão tem efeito imediato, e o primeiro jogo afetado será contra o Defensa y Justicia, no próximo sábado (8), pela 15ª rodada do Campeonato Argentino. Caso a equipe não dispute mais três partidas em casa nesta temporada, o cumprimento da pena será estendido para o início de 2026.
O Racing ainda pode recorrer da decisão, mas a sanção segue válida até nova deliberação. Vale ressaltar que esta ainda não é a punição da Conmebol, que ainda deve divulgar nova sanção ao clube argentino.
Motivos e reincidência
De acordo com a resolução, o Racing descumpriu diversas normas de segurança, mesmo após ter sido advertido pela própria Aprevide e pela Conmebol nos dias anteriores à partida. Em reunião realizada em 24 de outubro, o clube havia sido lembrado da proibição de utilizar pirotecnia ou entrar com garrafas no estádio. No “Match Day” da véspera, a confederação reforçou expressamente que era terminantemente proibido acender fogos nas arquibancadas.
Mesmo assim, câmeras de segurança flagraram grupos de torcedores levando caixas e sacolas com fogos, sinalizadores e balões para o interior do estádio. O material foi distribuído em diversos setores antes da entrada das equipes em campo. Segundo o relatório, foram apreendidas 780 velas luminosas, 97 sinalizadores de luz e 672 sinalizadores coloridos.
Feridos
Durante o espetáculo pirotécnico, o estádio chegou a ficar completamente às escuras, aumentando o risco ao público. Duas pessoas sofreram queimaduras leves e precisaram ser encaminhadas ao Hospital Fiorito, sem maior gravidade.
O documento ainda destaca que o Racing é reincidente: episódio semelhante ocorreu nas semifinais da Copa Sul-Americana de 2024, contra o Corinthians, quando o estádio também havia sido interditado por motivos de segurança.
Trecho oficial da resolução
Considerando: Que, no dia 29 de outubro de 2025, durante a partida entre Racing Club e Flamengo, válida pela semifinal da Copa CONMEBOL Libertadores, ocorreram fatos que violam a legislação vigente em matéria de segurança esportiva (Lei n.º 11.929 e suas modificações);
Que, no dia 24 de outubro, em reunião de Coordenação Operativa de Segurança, o clube foi lembrado da proibição de manipular artefatos pirotécnicos e ingressar com garrafas de qualquer tipo, sendo permitido apenas o uso de determinados tambores e bandeiras;
Que, apesar dos alertas feitos também na reunião “Match Day” da véspera, representantes da CONMEBOL reforçaram a proibição expressa de fogos de artifício no interior do estádio, destacando ser terminantemente proibido o acendimento desses artefatos nas arquibancadas;
Que, por volta das 21h42, durante a entrada das equipes, houve uso massivo de pirotecnia em todos os setores do estádio, agravando o risco ao público presente e demonstrando conivência institucional;
Que, mediante análise das câmeras e registros de vídeo, constatou-se que o material pirotécnico foi transportado ao anel superior e distribuído por indivíduos identificados como membros do “Departamento do Torcedor” do Racing Club;
Que, diante dos fatos, esta Agência considerou comprovada a reincidência do clube, configurando descumprimento grave às normas de segurança previstas nas Leis nº 11.929, nº 23.184, nº 23.192 e seus decretos complementares.
Decisão final da Aprevide
O secretário executivo da Agência de Prevenção da Violência no Esporte resolve:
ARTIGO 1º. Determinar o fechamento total, pelos próximos três (3) jogos de futebol, dos setores de arquibancadas populares, cadeiras, camarotes e qualquer outro espaço habilitado para receber público no Estádio “Presidente Perón”, do Racing Club de Avellaneda, referentes aos torneios organizados pela Associação do Futebol Argentino (AFA) e a qualquer evento esportivo de grande público, por falta de organização adequada para o controle e vigilância conforme os objetivos da Lei n.º 11.929, suas modificações e o Decreto Regulamentar n.º 1863/02, da Lei Nacional n.º 23.184, da Lei Nacional n.º 23.192 e, em particular, do Artigo 3º da Lei n.º 23.183. Estabelece-se que tais partidas deverão ser realizadas estritamente sem público e com os portões fechados, garantindo que nenhum espectador compareça ao estádio.
ARTIGO 2º. Determinar que, quando o Racing Club atuar como mandante, as próximas três (3) partidas subsequentes à sanção disposta no artigo anterior deverão ser realizadas sem a presença de tambores, trombetas, faixas de sustentação, bandeirões, bandeiras ou qualquer outro elemento que exija autorização prévia.
ARTIGO 3º. Registrar, comunicar à instituição esportiva, à Associação do Futebol Argentino (AFA), à delegacia de polícia envolvida, publicar, incluir no Boletim Informativo e no SINDMA. Cumprido, arquivar.
