O Padre Fábio de Melo é uma dos grandes nomes religiosos no Brasil. Cruzeirense de coração, o pároco, que batizou Ronaldo na Igreja Católica nesta semana, chegou a ser proibido de torcer para o Cruzeiro no passado.
“É engraçado. O amor a um time, que muda tanto, de pessoas que vão, que vêm, e pessoas que vão ficando na memória da gente. Eu sou cruzeirense de verdade, mas nasci numa família de atleticanos. Quando eu era pequeno, era proibido falar do Cruzeiro na minha casa”, revelou o Padre, em entrevista dada à TV Cruzeiro, em 2010.
Por causa dessa proibição parental ainda não infância, o amor de Fábio de Melo pelo Cruzeiro, naquele momento contido e íntimo no coração, ganhou a ajuda de um cunhado para iniciar o que podemos chamar de início do processo de eclosão.
“Por sorte, a minha irmã arrumou um namorado que era cruzeirense. O que ele fez? Me deu escondido uma camisa do Cruzeiro, que eu guardei, ninguém sabia que eu tinha. Estava escondidinha na minha gaveta”, contou.
Amor pelo Cruzeiro escondido
Natural de Formiga, no interior de Minas Gerais, o padre àquela época era chamado apenas de Fábio. E para demonstrar todo o seu amor pelo Cruzeiro, precisava fazê-lo em completo segredo.
“Eu fechava a porta do quarto e ficava lá dentro, sozinho, com a minha camiseta do Cruzeiro. Sem que meu pai e meus irmãos soubessem, porque era provável que eles queimariam a camisa se eles soubessem. Eu era muito pequeno nessa época. Tinha uns cinco, seis anos”, relembrou.
Externar mesmo essa paixão celeste pelo clube que amava só mesmo quando foi para o seminário, aos 16 anos. Antes, Fábio de Melo até chegou a fingir ser atleticano por causa da família.
“Meu amor pelo Cruzeiro está no sangue e eu tive que lutar por ele. Então, tem um valor dobrado. Aquilo que a gente luta para ter o direito de amar, é, sem dúvida, um valor dobrado. Nasci em uma família de atleticanos. Não sei porque motivo, sempre fui fascinado pelo Cruzeiro. Um amor que passou por duras provas”, completou.