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Peñarol defende torcedores detidos no Brasil e promete denúncia sobre incidente

A Justiça brasileira decretou a prisão preventiva de 21 torcedores, que continuam detidos no Rio de Janeiro

Torcida do Peñarol durante jogo da Libertadores

O Peñarol emitiu uma declaração oficial sobre os recentes conflitos que envolvem seus torcedores no Brasil, ocorridos na última quarta-feira (23), antes da derrota por 5 a 0 para o Botafogo, em partida válida pela semifinal da Conmebol Libertadores. A Justiça brasileira decretou a prisão preventiva de 21 torcedores, que permanecem detidos no Rio de Janeiro.

Em uma nota divulgada neste sábado (26), o clube uruguaio condenou os “fatos repudiáveis” que ocorreram no Brasil e afirmou que está em contato com a embaixada para garantir a liberação dos torcedores e se comprometeu a tomar medidas firmes caso uma solução não seja encontrada.

Entenda o caso

Um grupo de torcedores uruguaios chegou ao Rio de Janeiro em três ônibus de turismo, que permaneceram estacionados durante o dia da partida. Durante o período entre 12h e 12h40, às vias da orla, na Avenida Lúcio Costa, foram fechadas diversas vezes devido à aglomeração dos torcedores.

Um dos torcedores foi preso por roubo de celular em um quiosque, com o ato registrado por câmeras de segurança. Ele foi levado à 42ª Delegacia de Polícia e, posteriormente, transferido para a 16ª DP. Além disso, outras barracas de praia e veículos estacionados sofreram danos na manhã do dia do jogo.

Histórico de incidentes

Este não é o primeiro incidente envolvendo torcedores do Peñarol no Rio de Janeiro. Em setembro, uma briga ocorreu na Praia da Macumba entre torcedores de Peñarol e Flamengo, durante a partida de ida das quartas de final da Libertadores, em que os Carboneros venceram por 1 a 0 no Maracanã.

Leia a íntegra da publicação feita pelo Peñarol

“O Peñarol informa aos seus sócios e torcedores que nos próximos dias se pronunciará oficialmente sobre o ocorrido no Brasil nas horas que antecederam a chegada da delegação e dos torcedores para a partida diante do Botafogo, assim como todos os esforços que realizou e medidas adotadas.

Lá comunicaremos principalmente sobre a fixação do ponto de encontro que foi estabelecido unilateralmente pela Polícia do Brasil na reunião que se teve com o Consulado Uruguaio e a equipe de segurança do Peñarol; e também sobre a situação dos 35 carros contratados e pagos pelo Peñarol, em virtude da empresa decidir não enviá-los ao ponto de encontro, como consequência do risco de incêndio de um ônibus uruguaio neste local.

Esse não é um momento para fazer declarações públicas que possam prejudicar a prioridade absoluta do clube neste momento, que é a situação dos torcedores que permanecem presos no Brasil, para sua liberação e breve retorno ao Uruguai.

Decidimos evitar qualquer ação que interfira com o processo judicial que está acontecendo, até que se tenha detalhes sobre as condições em que se desenvolverá o mesmo. A prioridade número um para o Peñarol é atender a situação dos torcedores presos e que possam voltar o quanto antes. É por isso que o clube tem cuidado dos custos da defesa legal dos detidos e do retorno dos torcedores cujo ônibus foi incendiado.

Definido isto, logo o Peñarol tomará com firmeza e contundência todas as ações necessárias perante as autoridades do Brasil, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e as autoridades do futebol continental para denunciar todo o ocorrido e que apareçam os responsáveis.

Não é a primeira vez que ocorrem esse tipo de fatos repudiáveis no Brasil, mas nunca antes com essa magnitude. Peñarol será enérgico em visibilizar essas situações em conjunto com todas as instituições que têm sofrido nesses últimos tempos para que isso acabe de uma vez por todas. O clube agradece as reiteradas manifestações de solidariedade de instituições e presidentes da região que estão enfrentando situações desse tipo no Brasil, e o desejo de começar um caminho em comum para erradicar esses lamentáveis episódios.

O Peñarol entende e reconhece que é importante manter seus torcedores e sócios informados, mas, agora, qualquer comunicado oficial pode afetar o processo judicial de nossos torcedores que estão no Brasil.”

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André Stehling escreve em colaboração com o portal Itatiaia Esporte