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O que a cúpula do Atlético pensa sobre o futuro de Milito

Apesar de o Atlético fazer campanha abaixo da expectativa no Campeonato Brasileiro, a direção entende que o trabalho de Milito tem pontos positivos

Gabriel Milito foi campeão mineiro pelo Atlético e ainda sonha com títulos das Copas em 2024

Em mau momento no Campeonato Brasileiro, mas vivo na Copa do Brasil e na Copa Libertadores, o Atlético não pensa neste momento em demitir o técnico Gabriel Milito e promover uma mudança no comando do time.

Em conversa com João Vitor Xavier, apresentador do programa Bastidores, da Itatiaia, o investidor da SAF do Atlético, Rafael Menin, assegurou que a ideia da cúpula alvinegra é permitir que o treinador argentino realize um trabalho de longo prazo.

Rafael Menin destacou que, nos últimos anos, o Atlético já fez diversas mudanças no comando e tem convicção que, no momento, é fundamental dar tempo para Gabriel Milito.

O investidor do clube citou os exemplos dos trabalhos longevos e bem-sucedidos de Abel Ferreira, no Palmeiras, e Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza.

“O Atlético quer apostar num trabalho de longo prazo para colher os frutos desse trabalho de longo prazo. O Rafael Menin citou o exemplo do Fortaleza. O Fortaleza esteve muito mal no ano passado, esteve na lanterna, mas o clube teve paciência e o Vojvoda reergueu o clube. Se tivesse mandado embora, o Fortaleza estaria no patamar que está hoje?”, indagou Rafael Menin na conversa com João Vitor Xavier.

Avaliação do trabalho é positiva

Apesar de o Atlético fazer campanha abaixo da expectativa no Campeonato Brasileiro - é 9º, com 30 pontos -, a direção entende que o trabalho de Milito tem pontos positivos.

“O Atlético acredita que o Milito será um grande treinador em muito pouco tempo e precisa ter paciência para colher os frutos do trabalho de longo prazo. A direção não pensa em demitir o Milito. O Atlético quer que o Milito continue pois tem gostado do ambiente, do dia a dia, da boa relação com jogadores”, destacou João Vitor.

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Números de Milito no Atlético

Milito chegou ao Atlético no fim de março para substituir Felipão. Em suas primeiras semanas de clube, ajudou o Galo a conquistar o pentacampeonato mineiro, em decisão contra o Cruzeiro.

Com 36 jogos como “dono da prancheta” no Galo, Milito acumula 16 vitórias, 12 empates e outras oito vitórias. O aproveitamento do “Marechal” é de 55,5%.

Crise futebolística

A derrota para o Fluminense no último sábado (24), partida em que o Atlético não conseguiu acertar o gol de Fábio, acendeu de vez o alerta na comissão técnica do Alvinegro. Na entrevista coletiva, concedida no Mineirão, o técnico Gabriel Milito admitiu que o time passa por “crise futebolística”.

O argentino também disse que está preocupado com o momento vivido pelo Galo na temporada. Já são quatro partidas consecutivas sem vencer no Campeonato Brasileiro e a distância para os líderes é significativa.

Leia, a seguir, o relato feito por João Vitor Xavier no programa Bastidores

Tudo que o Atlético não quer é trocar o treinador neste momento. O Atlético já tentou muitos treinadores, já foi, já voltou, o Cuca saiu, voltou, já buscou técnico experiente, como o Felipão, já buscou técnico estrangeiro como o Coudet… o Atlético precisa de um trabalho a longo prazo, precisa de alguém que faça no Atlético a longo prazo o que o Vojvoda faz no Fortaleza, o que o Abel faz no Palmeiras. Alguém que tenha uma história no Atlético, tenha um longo prazo no Atlético.

O Atlético quer que o Milito continue, porque tem gostado de muitas coisas do trabalho do Milito. O ambiente é bom, o dia a dia do trabalho é bom, a relação com os jogadores é muito boa, a visão e ideia de futebol agradam a diretoria do Atlético. O Atlético acredita, a longo prazo, no Milito.

Não dá para o Atlético ficar trocando de técnicos de tempos em tempos. A gente sabe que o Campeonato Brasileiro está difícil, que a realidade no Brasileiro não é boa, mas o Atlético tem duas copas, e está bem nas duas copas. O time vai trabalhar muito para melhorar no Brasileiro, mas vai apostar em buscar o título das duas copas. E disse o seguinte: já tivemos técnicos que começaram com dificuldades e depois se restabeleceram, o trabalho fluiu, como o Felipão, que começou muito mal, mas terminou o Brasileirão bem. O Cuca teve momentos ruins, mas o time depois conseguiu jogar.

A avaliação do Rafael Menin é que o trabalho do Milito não é um trabalho que só tem problemas, pelo contrário, tem muitas coisas boas, tem muitos pontos positivos. A partir do momento que estiver com o elenco todo, com o grupo todo, com condições no dia a dia, ele vai conseguir engrenar o trabalho.

O principal é: o Atlético quer apostar num trabalho a longo prazo. O Atlético acredita que, com uma sequência de um ano, dois anos, pode colher fruto com um treinador. Se mudar a cada meia dúzia de jogos ruins, o Atlético nunca vai conseguir chegar num patamar que o Palmeiras tem hoje, com o Abel, e o Fortaleza, com o Vojvoda.

Ele usou o exemplo do Fortaleza. No Brasileiro de 2022, o Fortaleza virou o turno em último lugar, mas manteve o Vojvoda, esperou e acreditou. O treinador levou o time para a Libertadores. Se tivesse mandado o Vojvoda embora naquele momento, estaria no patamar que está agora?

O Atlético entende que essa curva de aprendizado do Milito, do jeito de se jogar no futebol brasileiro, do calendário, da cultura, do ambiente, vale a pena pagar para ter um trabalho a longo prazo. Por acreditar que ele é um treinador jovem, que tem muito para amadurecer, mas que vai caminhar muito. O Atlético acredita que o Milito será um grande treinador do futebol em muito pouco tempo. Se o Atlético não tiver paciência, nunca vai colher um trabalho de longo prazo.

Essa é a visão de um dos donos do Atlético, é a posição do Rafael Menin. O Atlético não pensa em trocar o Gabriel Milito.


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Túlio Kaizer é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte e tem grande experiência no digital. Foi setorista dos três grandes clubes do futebol mineiro: América, Atlético e Cruzeiro. Cobre também basquete, vôlei, esportes americanos, esportes olímpicos e e-sports.