O 27 de agosto de 2023, quando o Atlético inaugura a Arena MRV diante do Santos, a partir das 16h, pela 21ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, interrompe um hiato de 55 anos sem que o Galo jogue “em casa”. Isso porque em 7 de junho de 1968, o time principal do clube atuou pela última vez no Antônio Carlos, em Lourdes, onde ficava o primeiro estádio alvinegro.
Naquele dia, uma equipe reserva comandada por Airton Moreira fez 3 a 0, em amistoso, numa seleção da Cidade Industrial com um time que contava com nomes como Humberto Monteiro (lateral), Grapete (zagueiro) e Lola (meia), todos campeões brasileiros em 1971, isso sem contar o histórico goleiro Mussula, que fez de tudo no Atlético.
Apesar de o Antônio Carlos ser o primeiro estádio atleticano, com arquibancadas de alvenaria, muros cercando todo o terreno, tribunas, ele não foi a primeira casa do clube. Pode parecer estranho, mas o Atlético, que foi fundado em 25 de março de 1908, teve um campo antes de mudar para Lourdes.
E ele ficava bem perto de onde hoje está o Diamond Mall, shopping construído no local onde estava o Estádio Antônio Carlos e que foi vendido para que o recurso apurado pelo clube fosse utilizado para a construção da Arena MRV.
No local onde funciona atualmente o Minascentro ficava o Campo do Atlético, numa época em que a Avenida Augusto de Lima era chamada de Paraopeba. Do outro lado, no Mercado Central, estava o Campo do América. As pesquisas da história atleticana mostram apenas cinco partidas no local entre 1912 e 1923.
Em 1926, o terreno do Campo do Atlético foi requisitado pela Prefeitura de Belo Horizonte, que repassou ao clube o quarteirão de Lourdes onde foi inaugurado, em 30 de maio de 1929, o Estádio Antônio Carlos.
Há ainda o registro de um local que foi usado pelo Atlético logo após a fundação na rua Guajajaras, entre São Paulo e Curitiba. Foi um período muito curto e os relatos de publicações sobre a história alvinegra revelam que era um campo muito irregular, sem as medidas exigidas na época e que segundo o “Galo Digital”, que é a enciclopédia digital do clube, os travessões eram com cordas esticadas.
Comparar épocas em futebol é algo muito difícil, mas se pode afirmar que a gente atleticana viverá neste domingo, depois de quase 100 anos, a emoção de ver o seu clube inaugurar um estádio.
