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Por que o Brasil vai encolher estádios para a Copa do Mundo Feminina de 2027

Projeto prevê capacidade menor de arenas gigantes do Brasil para atender demanda da competição

O Brasil ganhou na madrugada desta sexta-feira (17) o direito de ser sede da Copa do Mundo Feminina de futebol em 2027. Em eleição durante o Congresso da Fifa, na Tailândia, a candidatura brasileira derrotou a europeia formada por Alemanha, Bélgica e Holanda. Será o primeiro mundial feminino na América do Sul.

No projeto enviado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) à Fifa, e usado para avaliação de especialistas, f oram propostos dez estádios a receber os jogos, em dez cidades. E foi preciso “encolher” a capacidade de oito deles. Motivo? Atender a demanda de público da competição.

O projeto da CBF prevê essa capacidade de público bruto para cada arena:

  • Mineirão (BH) - 27.653 (capacidade total para 66.658)
  • Beira-Rio (Porto Alegre) - 27.754 (49.055)
  • Mané Garrincha (Brasília) - 44.099 (69.910)
  • Arena Pantanal (Cuiabá) - 26.386 (42.788)
  • Arena da Amazônia (Manaus) - 26.948 (42.294)
  • Arena Fonte Nova (Salvador) - 38.733 (47.915)
  • Arena Pernambuco (Recife) - 22.286 (45.440)
  • Arena Castelão (Fortaleza)- 24.254 (57.876)
  • Maracanã (Rio) - 72.689 (73.139)
  • Neo Química Arena (São Paulo) - 46.156 (47.252)

“Para garantir o comparecimento médio esperado para FIFA com base em Copas do Mundo Femininas anteriores propomos ajustes nas capacidades brutas dos estádios por um evento líquido ajustado, de acordo com a fase de evento e da demanda de cada cidade-sede. Isso nos permitirá aumentar ou diminuir capacidades com base no sorteio final e futuros requisitos de venda de ingressos”, escreveu a direção da CBF no documento do projeto vencedor para receber o Mundial em 2027.

Apenas o Maracanã, no Rio, que na proposta recebe a abertura, com jogo da Seleção Brasileira pelo Grupo A, e a final e a Neo Química Arena, em São Paulo, palco de uma partida do Brasil na fase de grupos e de uma semifinal manteriam suas capacidades normais durante todo o torneio.

As outras arenas teriam uma capacidade ajustada para menos, podendo aumentar a depender do jogo. Por exemplo: a Arena Fonte Nova, em Salvador, no qual cabem 47.915 pessoas, teria disponível 38.733 assentos disponíveis na maioria dos confrontos, mas carga total para o jogo que receberia do Brasil na fase de grupos.

Menos custos

A Copa do Mundo Feminina de 2023, disputada na Austrália e Nova Zelândia, teve jogos também em dez arenas. Mas havia estádio, como o Hindmarsh, em Adelaide, com capacidade para 13 mil pessoas, que para o Mundial ganhou cinco mil assentos. Em Perth, o Retangular recebia até 18 mil espectadores.

No documento atualizado para 2027 em que apresenta os requisitos necessários para receber a Copa do Mundo Feminina, a Fifa exige capacidades maiores de arenas apenas na abertura, semifinais e final. Na fase de grupos é possível realizar jogos em equipamentos menores, para até 20 mil pessoas.

Uma capacidade menor significa menos custos para a organização, como contratação de seguranças e de funcionários para trabalharem em bares e lojas de presentes. A Fifa entende que o interesse pelo futebol feminino está crescendo, mas que alguns jogos da fase de grupos, principalmente após o aumento do número de participantes a 32 Seleções, ainda geram menores expectativas de público.

A CBF sugeriu na proposta enviada que a Copa comece em 24 de junho de 2027, uma quinta-feira, com a abertura no Maracanã, no Rio, em jogo da Seleção Brasileira pelo Grupo A. A final seria em 25 de julho, no mesmo palco, um domingo. Essas datas também são apenas uma sugestão neste momento, e podem mudar a depender das necessidades comerciais da Fifa.

A entidade indicou os dez estádios para receber os jogos da Copa, mas outras dezenas de CTs e estádios menores espalhados pelo Brasil para os treinamentos das 31 Seleções que viajarem ao país para a competição. Os 44 CTs ou campos para treinamento foram apontados em 39 cidades diferentes, de 12 estados.

Veja locais das partidas por dia:

Fase de grupos:

  • 24 de junho - Grupo A - Estádio Maracanã
  • 25 de junho - Grupo B - Estádio Mineirão e Neo Química Arena
  • 26 de junho - Grupos C e D - Estádio Mané Garrincha, Arena da Amazônia, Arena Pernambuco e Arena Fonte Nova
  • 27 de junho - Grupos E e F - Estádios Mineirão, Maracanã e Beira-Rio
  • 28 de junho - Grupos F e G - Neo Química Arena, Arena Pantanal e Arena da Amazônia
  • 29 de junho - Grupos A e H - Arenas Fonte Nova, Pernambuco e Castelão
  • 30 de junho - Grupos A e B - Estádios Mané Garrincha, Beira-Rio e Maracanã
  • 1 de julho - Grupos C e D - Arena Pantanal, Arena Pernambuco e Estádio Mineirão
  • 2 de julho - Grupos D e E - Arena Castelão, Estádio Beira-Rio e Neo Química Arena
  • 3 de julho - Grupos F e G - Estádio Maracanã, Estádio Mané Garrincha e Arena Fonte Nova
  • 4 de julho - Grupos G e H - Estádio Mineirão, Arena Pantanal e Arena da Amazônia
  • 5 de julho - Grupos A e B - Neo Química Arena, Arena Pernambuco, Estádio Beira-Rio e Estádio Mané Garrincha
  • 6 de julho - Grupos C e D - Arenas Castelão, Fonte Nova, da Amazônia e Pantanal
  • 7 de julho - Grupos E e F - Estádios Maracanã, Mané Garrincha, Mineirão e Beira-Rio
  • 8 de julho - Grupos G e H - Arenas Castelão, Pernambuco, Fonte Nova e Neo Química

Fase final:

Oitavas:
  • 10 de julho - Estádios Mineirão e Beira-Rio
  • 11 de julho - Estádio Maracanã e Arena Pernambuco
  • 12 de julho - Estádio Mané Garrincha e Arena Fonte Nova
  • 13 de julho - Neo Química Arena e Arena Castelão
Quartas:
  • 16 de julho - Estádio Maracanã e Arena Pernambuco
  • 17 de julho - Estádios Mineirão e Mané Garrincha
Semifinais:
  • 20 de julho - Neo Química Arena
  • 21 de julho - Estádio Mané Garrincha
Terceiro lugar:
  • 24 de julho - Estádio Mineirão
Final:
  • 25 de julho - Estádio Maracanã
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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.