Enviado especial ao Catar - Logo após a eliminação da Seleção, a verdadeira função de Daniel Alves no grupo de Tite no Catar ficou evidente: psicólogo. Ele chegou a dizer que tocaria até pandeiro, numa resposta a uma charge publicada no Brasil, logo no início do torneio, mas isso não fará mais parte da delegação, que amarga mais um fracasso sob o comando de Tite, treinador que tem a maior sequência à frente do time canarinho em toda a história. Ele completou 81 jogos na
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Depois de ficar sentado no meio de campo,
Isso porque a esquerda se transformou num drama, já que Alex Sandro lesionou o quadril na segunda partida da fase de grupos, e Alex Telles teve que ser cortado após grave contusão no joelho na derrota de 1 a 0 para Camarões, na última rodada do Grupo G.
Mas a convocação de Daniel Alves foi apenas um dos problemas da Seleção numa Copa em que mais uma vez amarga a eliminação diante de um europeu, o que acontece desde 2006, na primeira edição após o penta.
Volante
Tite, que durante praticamente todo o ciclo entre a Copa de 2018 e 2022 escalou seu time com dois volantes, quase sempre Casemiro e Fred, e que sempre foi marcado por um futebol equilibrado, foi picado pela mosca da ofensividade pouco antes do Mundial do Catar.
E abriu seu time como nunca fez em sua carreira, nem em clubes nem na Seleção. A fase de grupos foi numa chave frágil, onde o Brasil se classificou com antecipação e sem se esforçar muito. E esse foi o enredo das oitavas, diante de uma frágil Coreia do Sul.
A primeira grande equipe enfrentada soube explorar a fragilidade brasileira no meio. Modric foi o maestro de uma Croácia que valorizou a posse da bola e mais especulou que qualquer outra coisa.
O desgaste físico dos croatas estava em campo, assim como o seu poder de concentração e a qualidade do seu meio. Tanto que a posse de bola deles foi maior que a do time de Tite, que teve muito mais chances de gols, apesar de a maioria delas em jogadas de bolas rebatidas dentro da área.
Além disso, um Raphinha sem a melhor condição seguiu no time justamente porque o treinador precisava de um meia-atacante que marcasse muito bem, isso para compensar a fragilidade do seu meio, pois Casemiro e Lucas Paquetá ficaram sobrecarregados diante dos croatas.
Num jogo em que o fator psicológico era fundamental, o analista brasileiro ficou no banco. Daniel Alves não jogou e só apareceu no telão do Education City Stadium quando consolou Neymar após a eliminação.