A nota divulgada pelo técnico Tite explicando que
Muitos atletas já trouxeram o tema à tona nos últimos anos. Relembre:
Gabriel Medina (surfe)
O surfista precisou pausar sua carreira para cuidar da sua saúde mental em 2022. Por isso, ele ficou de fora das duas primeiras etapas de abertura da Liga Mundial de Surfe (WSL) no Havaí. Além da frustração de deixar as Olimpíadas de Tóquio sem uma medalha, ele passou por problemas familiares ao romper com a mãe e o pai adotivo, que era seu técnico até 2021.
Simone Biles (ginástica)
Simone Biles, dos Estados Unidos, durante final da trave nos Jogos Olímpicos de Paris
A ginasta se retirou das Olimpíadas de Tóquio 2020 , mesmo sendo considerada a maio estrela da competição, para priorizar sua saúde mental. Ela optou por não competir nas provas do individual geral e em quase todas as finais por aparelhos. A atitude da atleta norte-americana a tornou um dos símbolos da causa.
Naomi Osaka (tênis)
A tenista japonesa abdicou de disputar Roland Garros e Wimbledon em 2021. Em uma carta, ela expôs seus problemas com depressão e ansiedade. A atleta foi homenageada acendendo a pira nas Olimpíadas de Tóquio.
Sha’Carri Richardson (atletismo)
Sha’Carri Richardson, dos Estados Unidos, foi pega no doping por uso de maconha e foi desclassificada das Olimpíadas de Tóquio. Ela justificou depois que passava por um momento difícil devido à morte da mãe.
Liz Cambage (basquete)
A australiana desistiu dos Jogos de Tóquio na véspera da abertura por crises de ansiedade antes de entrar em isolamento, proveniente dos protocolos sanitários da Covid-19.
Tom Dumoulin (ciclismo)
O holandês deixou o esporte de lado em janeiro de 2021 para, segundo ele, “esfriar a cabeça”. O ciclista chegou a questionar sua continuidade no esporte, mas retornou quatro meses depois e, no ano seguinte, conquistou a medalha de prata na prova contrarrelógio masculino nas Olimpíadas de Tóquio.
Drussyla (vôlei)
Considerada uma das maiores revelações do vôlei nacional, após se destacar na Superliga de 2016/17, a brasileira lidou com lesões e teve problemas para voltar à sua melhor forma, desencadeando um quadro de depressão. Ela decidiu dar uma pausa para repensar a carreira na época.
Adam Peaty (natação)
Em 2023, o bicampeão olímpico da natação, Adam Peaty, anunciou que estaria se afastando de competições regionais por conta da luta com a saúde mental. Ele relatou em entrevistas que abusa do consumo de álcool durante o estado crítico do quadro depressivo.
Adriano Imperador (futebol)
Adriano Imperador, ex-jogador, publicou carta aberta revelando motivo de ‘sumiço’ da Inter
Adriano Imperador teve problemas com depressão e bebidas alcoólicas. Ele revelou em algumas entrevistas que a saudade do Brasil durante seu tempo no futebol europeu e a morte do pai foram os principais agravantes de seu quadro.
Matheus Cunha (futebol)
Principal destaque brasileiro da Premier League 2024/25, Matheus Cunha já revelou em algumas entrevistas que desenvolveu quadro depressivo após ficar de fora da Copa do Mundo de 2022, após ter alcançado o ouro olímpico de 2020.
Richarlison (futebol)
Em entrevista à “ESPN”, Richarlison revelou que teve pensamentos suicidas após a Copa do Mundo do Catar. Segundo o próprio jogador, ele teve problemas para lidar com mensagens de ódio nas redes sociais.
Lyanco (futebol)
O zagueiro do Atlético expôs que enfrentou crises de pânico durante a carreira e que já disputou jogos pelo Galo em 2024 com sintomas da síndrome.
Matheus Pereira (futebol)
O meia do Cruzeiro revelou que teve problemas com álcool e drogas no início da carreira. Recentemente, ele também desenvolveu quadro de depressão.
Byanca Brasil (futebol)
Byanca Brasil, do Cruzeiro, revelou em 2024 que começou a fazer acompanhamento psicológico após uma decepção. Na época, ela precisou do acompanhamento de sua esposa, Gleice, para conseguir treinar, em 2021, quando atuava pelo Santos.
Douglas Souza (vôlei)
O atleta de vôlei do Sada Cruzeiro revelou, em 2022, ter tratado de uma depressão e em 2018 decidiu encerrar seu ciclo na Seleção após os Jogos de Tóquio.
Valtteri Bottas (automobilismo)
O piloto enfrentou problemas de saúde mental no início de sua carreira na Fórmula 1. As comparações com Lewis Hamilton contribuíram para o agravamento do quadro.
Michael (futebol)
O atacante do Flamengo falou abertamente sobre ter sofrido com depressão durante sua passagem pela Arábia Saudita. Ele atuou pelo Al-Hillal de 2022 a 2024.
Alisson (São Paulo)
O atacante do São Paulo, um dos pilares do time que conquistou a inédita Copa do Brasil são-paulina, revelou em 2023 que chegou a pedir para deixar o clube por um quadro depressivo desencadeado após uma sequência de lesões e a derrota tricolor na final da Copa Sul-Americana.
Michael Phelps (nadador)
Michael Phelps, maior vencedor da história dos Jogos Olímpicos com 28 medalhas
Maior vencedor da história dos Jogos Olímpicos, com 28 medalhas, o nadador já falou abertamente sobre seu problema com depressão e milita na área da saúde mental.
Iniesta (futebol)
Em 2020, o ídolo do Barcelona expôs em um documentário que viveu episódios de depressão quando tinha 25 anos, pouco depois de conquistar a Champions League pelo time catalão.
Gabi Cândido (vôlei)
Em 2019, a jogadora do Sesi Vôlei Bauru revelou que sofre com síndrome do pânico. Na ocasião, ela pediu para atletas darem mais atenção à saúde mental e se tornou militante do assunto.
Atenção aos sinais
Pós-graduada em Psicopedagogia Clínico/Institucional, com especialização em Dinâmica de Grupo e Relações Humanas, Jogos Empresariais, Análise Transacional na Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), Clara Sacchetto vê o meio esportivo suscetível à problemas emocionais devido à alta competitividade.
“A luta pelo resultado, pelo bom desempenho, a pressão é muito forte. Essas pessoas, às vezes, quando não conseguem atingir o que é esperado, há um desgaste mental. A dor física é curável e a dor mental necessita de um tratamento específico. Falando de ansiedade, desgaste e exaustão, algumas profissões são mais afetadas do que as outras”, afirma a especialista.
Sacchetto explica que a doença mental vai adquirindo força com o tempo e com o excesso de atividades.
“A pessoa tem que estar atenta quando ela começar a perceber que quando acaba o dia extremamente cansada, ainda que ela tenha feito algo que não tenha sido tão cansativo. Esse é o primeiro sintoma. O segundo é a irritabilidade, a impaciência, a agressividade. A pessoa vai vendo que ela dá respostas que ela não gostaria, assusta com determinadas atitudes dela. Fique atento aos sinais do seu corpo e do seu comportamento”, alerta a psicóloga.