A abertura dos 19º Jogos Pan-Americanos, nesta sexta-feira (20), em Santiago, no Chile, primou pela simplicidade, história e emoção. País-sede pela primeira vez na história, os anfitriões deixaram a pirotecnia e os grandiosos e caros espetáculos de lado para se dedicar a mostrar sua história ao continente. A cerimônia de abertura com 38 mil presentes contou com música, dança, folclore.
Os ex-tenistas Nicolas Massu e Fernando González, ao lado de Lucy Lopez, de 93 anos, do salto em altura, acenderam a Pira Pan-Americana. A cerimônia foi organizada pela diretora artística Lida Castelli e o diretor criativo Hansel Cereza, que já trabalhou para o Cirque de Soleil.
O elenco contou com 413 voluntários para representar as 39 modalidades, sendo 33 que darão vagas para Paris-2024. A festa começou com o cair da noite em Santiago, com a contagem regressiva e depois o hasteamento da bandeira chilena, passando pelo desfile das 41 delegações - aproximadamente 7 mil atletas estarão na busca por medalhas - sob a canção oficial da competição, em Santiago.
O tradicional grito de “chi, chi, chi, le, le, le” precedeu a abertura no Estádio Nacional do Chile, que passou um ano fechado justamente para receber a festa do esporte das Américas pela primeira vez. Jamais um Pan-Americano havia sido realizado no Chile em 18 edições. Entre as 39 modalidades que estarão em disputa em Santiago, skate, escalada e breaking são as novidades
O início da festa veio com um solo de bateria da percussionista local Juanita Parra, da banda Los Jaivas. O humilde show de luzes e efeitos simulou fogos de artifício para das as boas-vindas às delegações.
O Brasil teve como porta-bandeiras Luiza Stefani, do tênis, e o nadador Fernando Scherer. O país contará com 633 atletas e o objetivo é a Nação na segunda colocação geral, atrás somente dos Estados Unidos.
A cerimônia
Constanza Wilson foi a responsável por cantar o hino nacional do Chile, ao lado da banda militar. A emoção começou a dar tom a festa neste momento. A cantora foi aplaudida de pé. As luzes se apagaram, e na volta, artistas começaram para valer a cerimônia. Com ritual de dança e movimentos, o primeiro dos 10 atos previstos trouxe o baile dos mundos, com 48 coreógrafos e um pouco da história das aves chilenas.
Depois, vieram os representantes das regiões dos anfitriões. 100 artistas de nove diferentes grupos folclóricos encenaram os bailes tradicionais chilenos e demonstraram um pouco sobre os povos ancestrais, de origens africana, espanhola, italiana e indígena (os Mapuches), com a alegria sempre marcante em belos sorrisos.
Blocos formaram o mapa chileno no centro do estádio, com as diversas culturas representadas para saudação ao público, sempre com muita dança e felicidade. A atriz Amparo Noguera fez um discurso ressaltando as características do país. “O Chile, hoje, abraça todo o planeta, é onde começa o mundo”, discursou, emotiva e deixando olhos embargados.
Mesmo com a proibição da lotação máxima das arquibancadas - um espaço ficou reservada para a acomodação das delegações -, os presentes fizeram enorme festa, com direito a “ola” e show com as luzes dos celulares.
O Chile, como é tradição, fechou a entrada das nações no gramado sob muito apupo e aplausos. Com seu filho bebê no colo, o jovem presidente chileno, Gabriel Boric, demonstrava enorme satisfação e orgulho com seus atletas e acenava para todos.
Os chilenos apresentaram a caminhada do fogo olímpico, que veio desde o México, até a chegada no estádio Nacional. Às 22h33, ela adentrou o palco da festa. “Um povo sem memória é um povo sem futuro”, eram os dizeres por onde a tocha chegou. A chama foi compartilhada pelos medalhistas pan-americanos do país.
Ícone do futebol chileno, o atacante Ivan Zamorano participou da caminhada, que ainda teve os campeões olímpicos Fernando González e Nicolas Massu. Às 22h39, o fim do mistério. Os ex-tenistas e Lucy Lopez, prata em Buenos Aires-1951 acenderam a pira Pan-Americana.
Com agências