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Torcedor do Cruzeiro pede indenização por falta de acessibilidade no Independência

Cruzeirense é deficiente e teria sido impedido de usar o elevador antes do jogo entre Cruzeiro e Coritiba; em ação, cruzeirense cita “indignação”, “aborrecimento” e “humilhação”

Torcedor precisou chegar ao setor mais alto do Independência usando escadas

O torcedor do Cruzeiro que enfrentou dificuldades com a falta de acessibilidade na Arena Independência durante o jogo entre Cruzeiro e Coritiba, no dia 16 de julho, entrou com uma ação na Justiça pedindo indenização por danos morais ao Cruzeiro e ao estádio.

Hélio Marcolino de Abreu, de 56 anos, é uma pessoa com deficiência, já que possui uma perna menor do que a outra. Ele foi levado pelo filho para acompanhar o jogo do time do coração no Independência, mas enfrentou vários contratempos. Como a falta de vaga exclusiva no estacionamento do estádio e a dificuldade ao passar pela catraca usando andador.

Após passar por essas situações descritas como “indignantes e aborrecedoras”, Hélio ainda enfrentou mais um desafio: chegar até a arquibancada. Ele afirma, na ação, que pediu ajuda para funcionários do estádio, que informaram que o elevador era exclusivo para sócio-torcedores e familiares dos jogadores.

Hélio precisou subir a pé até o setor 5 Pitangui, usando o andador para vencer os vários lances de escada. Ao chegar no setor das cadeiras, Hélio não encontrou um espaço para que pudesse assistir o jogo sentado sem ter a visão obstruída por outros torcedores. Por isso, assistiu o jogo todo em pé, de forma desconfortável e “sem ter o direito de ver o seu time jogar com dignidade.”

No fim do primeiro tempo, o homem teria sentido um mal súbito. Uma militar do Corpo de Bombeiros atendeu ele e, ao ficar sabendo da situação de Hélio, disse que o ajudaria a usar o elevador para ir embora. No fim do jogo, a militar levou Hélio e a família até o elevador, mas os funcionários do Independência teriam negado novamente que o torcedor o usasse.

Após a socorrista reclamar, os funcionários permitiram que Hélio descesse ao térreo do Independência de elevador, mas o cruzeirense precisou se “espremer” dentro do elevador, já que nenhum dos outros torcedores se prontificou a dar o lugar para ele. O caso foi denunciado em primeira mão pela Itatiaia e repercutiu bastante na imprensa mineira.

Ação na Justiça

Na ação, Hélio pede que Cruzeiro e Independência paguem uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. Além disso, time e estádio devem ser responsáveis por todas as despesas processuais e honorários dos advogados no valor de R$ 10 mil (ou 20% do total da indenização).

O juiz Renato Luiz Faraco, da 20ª Vara Cível, concedeu o benefício da defesa gratuita para Hélio e deu 15 dias para Cruzeiro e Independência informarem se querem participar da audiência de conciliação.

A Itatiaia tenta contato com as assessorias do Cruzeiro e do Independência desde o início da tarde, mas não teve retorno.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.