Ouvindo...

Sites de apostas: Brasil tem quase 25% dos acessos em todo o mundo

Levantamento foi realizado pela empresa SimilarWeb e analisou dados do ano passado

Gráfico mostra que Brasil liderou acessos em sites de apostas esportivas

Um estudo realizado pela empresa SimilarWeb apontou que sites de apostas renderam 14,2 bilhões de acessos em todo mundo em 2022. O Brasil lidera a lista com de 3,2 bilhões acessos, quase 25% do total apontado no levantamento. Reino Unido e Nigéria completam o pódio da lista.

Hoje apenas um clube (Cuiabá) dos 20 que disputam a Série A não possui acordo comercial com casas de apostas. Além da presença nos clubes, as empresas patrocinam com naming rights a Copa do Brasil e também a Série B do Campeonato Brasileiro.

A presença das casas de apostas no Brasil está em discussão após as revelações da Operação Penalidade Máxima. As investigações, lideradas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), apontaram aliciamento à jogadores de futebol para manipulação de apostas esportivas.

Segundo estimativas, o mercado movimenta cerca de R$ 150 bilhões por ano no Brasil. A maior parte desse mercado opera no país com sede no exterior, o que dificulta as fiscalizações. A discussão para regulamentação da atividade dessas empresas está em andamento por parte do Governo brasileiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Receita Federal prevê arrecadar de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões com a tributação de apostas. As empresas também apoiam a regulamentação, principalmente para evitar prejuízos em esquemas como os desvendados pelo MP-GO.

A Operação Penalidade Máxima

O Ministério Público de Goiás ofereceu nova denúncia contra 17 pessoas no âmbito da Operação Penalidade Máxima II. Os denunciados são divididos em três núcleos: financiadores, apostadores e intermediadores. Seis jogadores estão denunciados nessa nova fase. A Itatiaia teve acesso à denúncia e detalha as argumentações do MP-GO.

Os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos ao longo de partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Também há registros de manipulação em jogos de alguns estaduais de 2023. A Operação Penalidade Máxima teve, até agora, duas fases.

São quinze jogadores formalmente denunciados e outras nove pessoas classificadas como intermediários entre os atletas e os apostadores. Bruno Lopez de Moura é apontado pelo Ministério Público como chefe da quadrilha.

Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.