O Ministério Público de Goiás (MPGO) divulgou, nesta terça-feira (18), em entrevista coletiva, quais são os jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022 em que há suspeitas de manipulação de resultados.
Entre os investigados na “Operação Penalidade Máxima II”, estão atletas, agentes e eventuais intermediadores. Nenhum nome foi divulgado oficialmente.
Lista de jogos investigados na Série A:
10/09/2022 - 26ª rodada - Palmeiras 2 x 1 Juventude: aliciamento de jogador para punição com cartão amarelo
05/11/2022 - 36ª rodada - Santos 1 x 1 Avaí: tentativa de cooptação cartão amarelo jogador do santos
05/11/2022 - 36ª rodada - Red Bull Bragantino 1 x 4 América: aliciamento de jogador para ser punido com cartão amarelo
05/11/2022 - 36ª rodada - Goiás 1 x 0 Juventude: aliciamento de dois jogadores para punições com cartão amarelo
06/11/2022 - 36ª rodada - Cuiabá 1 x 1 Palmeiras: aliciamento de jogador do Cuiabá para ser punido com cartão amarelo
10/11/2022 - 37ª rodada - Botafogo 3 x 0 Santos: atleta cooptado para punição com cartão vermelho
Lista de jogos investigados nos estaduais:
08/02/2023 - Campeonato Paulista - Guarani x Portuguesa: tentativa de aliciamento de atleta para ser punido com cartão amarelo.
11/02/2023 - Campeonato Gaúcho - Esportivo Bento Gonçalves x Novo Hamburgo:tentativa de aliciamento de atleta do Novo Hamburgo para cometer pênalti no dia 11 de fevereiro.
11/02/2023 - Campeonato Matogrossense - Luverdense x Operário: tentativa de manipulação no número de escanteios da partida.
12/02/2023 - Campeonato Goiano - Goiás x Goiânia: tentativa de manipulação derrota parcial, jogadores aliciados para que goiania tivesse derrota parcial por determinado número de gols.
12/02/2023 - Campeonato Gaúcho - Caxias x São Luiz: tentativa de aliciamento de atleta do São Luiz para cometer pênalti.
Investigação
Inicialmente, estavam sob análise do Ministério Público apenas cinco partidas, válidas pela 36ª e 37ª rodada. Contudo, durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, um jogador confessou a participação em outro jogo, pela 26ª rodada, entre Palmeiras e Juventude.
A recompensa para atletas da Série A receberem cartões amarelos ou vermelhos em cada partida variava de R$ 50 mil a R$ 60 mil. Vale destacar que não necessariamente o atleta executou a ação durante o jogo.
Segundo o promotor Fernando Cesconetto, do MPGO, o escopo da investigação aprofunda as atividades de uma única organização criminosa e tem em pauta também jogos de campeonatos estaduais. Ainda assim, não foi descartada a presença de outras quadrilhas.
Desde novembro, quando iniciaram as investigações, foram feitas três prisões preventivas - todas no estado de São Paulo. Na casa dos presos foram encontradas duas armas de fogo, 23 munições e duas granadas.
CBF se manifesta
Por meio de nota, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) defendeu as investigações do Ministério Público. A entidade máxima do futebol nacional é responsável pela organização da Série A.
“A CBF apoia toda e qualquer ação legal que traga transparência e lisura aos campeonatos que organiza e a todo o esporte brasileiro”, pontuou o órgão nesta terça-feira (18).
Em nota, a entidade ainda citou que investe “no rastreamento e monitoramento de partidas” por meio de uma empresa que atua também para a FIFA e Conmebol.
“Isso não acontece somente nas competições que a CBF realiza. A entidade também custeia o mesmo serviço para todas as federações do Brasil. Interferências externas em resultados ou em situações de jogo são uma epidemia global que, para ser solucionada, precisa punir de forma exemplar e urgente, os responsáveis por essa prática nefasta”, completou.
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