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Decisão entre Atlético e América será tira-teima entre os dois clubes em briga direta pela taça neste século

No geral, vantagem é atleticana nas finais contra os americanos pelo título do Campeonato Mineiro

Em 2021, América e Atlético se enfrentaram na final do Campeonato Mineiro

Atlético e América fazem em 2023 a sétima decisão direta entre eles na história do Campeonato Mineiro, a quinta neste século e aquela com o menor intervalo entre a última final de Estadual entre eles. O Galo se garantiu no sábado (18), com a vitória por 1 a 0 sobre o Athletic, no Estádio Independência.

A vaga americana foi assegurada neste domingo (19) com os 2 a 1 diante do Cruzeiro, também no Gigante do Horto.

Nas seis decisões anteriores, foram quatro títulos atleticanos e dois americanos, mas no recorte a partir de 2001, o placar é de 2 a 2, o que faz dessa final uma espécie de tira-teima deste século entre os rivais.

Trajetória

Essa história começa em 1958, com o Atlético ganhando seu último título estadual dos anos 1950, quando levantou o Campeonato Mineiro por sete vezes (1950, 1952, 1953, 1954, 1955, 1956 e 1958).

Esta foi a única final direta de Estadual entre os dois clubes que o campeão venceu as duas partidas. Após cada um vencer um dos turnos da edição de 1958, o título foi decidido em confrontos no Estádio Independência.

Em 19 de abril de 1959, pois a competição invadiu o ano seguinte, o Atlético fez 1 a 0, gol de Ubaldo Miranda. Em 23 de abril repetiu o placar, mas com Alvinho balançando a rede americana.

Este título teve sabor de vingança para os atleticanos, pois além de evitarem o bicampeonato do Coelho, que tinha sido campeão em 1957, bateram o rival que tinha lhe superado na polêmica partida que decidiu o Campeonato Mineiro de 1948, com o América fazendo 3 a 1 na Alameda, na última rodada, num confronto e que o Galo jogava pelo empate e garante ter sofrido um dos gols marcado por um guarda municipal que estava ao lado da trave de Kafunga.

Este jogo teve invasão de campo por torcedor, alambrado despencando e integra qualquer lista de maiores polêmicas da história do Campeonato Mineiro.

Reencontro

Atlético e América ficaram mais de 40 anos sem se encontrar numa final de Estadual e o jejum foi quebrado em 1999, numa melhor de três. O Coelho fez 2 a 1 no primeiro jogo, o segundo terminou empatado por 1 a 1 e no terceiro, quando o Galo precisava da vitória para ser campeão, fez 1 a 0, com um gol de pênalti do meia Lincoln.

Este lance é até hoje contestado pelos americanos, que garantem não ter acontecido a falta de Ruy, que atuava como lateral-direito, sobre Marques.

Século 21

A primeira final entre atleticanos e americanos neste século teve a emoção como marca. E terminou com a festa do Coelho, que pela primeira vez conquistava a taça numa decisão direta com o maior rival.

Em 27 de maio de 2001, no Mineirão, o América goleou por 4 a 1 e jogou a volta, em 3 de junho, podendo perder por até dois gols de diferença para ser campeão. Mas chegou a levar 3 a 0 do Atlético. Aos 32 minutos da etapa final, Alessandro marcou o gol que garantiu a taça ao Coelho.

Em 2012, a decisão entre atleticanos e americanos praticamente reinaugurou o novo Independência, que tinha passado por grande reforma para ser sede de treinamentos nas Copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014).

Após empate por 1 a 1 no primeiro jogo, o Atlético, que jogava a volta pelo empate, fez 3 a 0 no Horto e Cuca ganhou seu primeiro título como treinador atleticano.~

Invencibilidade

Em 2016, começa a série de quatro jogos de decisões diretas contra o Atlético sem que o América perca, embora cada time tenha ficado com uma taça nas duas últimas finais.

Há sete anos, o Coelho fez 2 a 1 na ida, no Independência, e foi campeão no Mineirão, empatando por 1 a 1.

Em 2021, por causa da vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols, o Atlético foi campeão com um duplo 0 a 0, o primeiro no Horto, o segundo na Pampulha, sendo que nesta partida, o atacante americano Rodolfo cobrou um pênalti no travessão aos quatro minutos do segundo tempo.

O sétimo capítulo dessa história será contado nos dois primeiros finais de semana de abril, com os atleticanos carregando a vantagem de dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro