Após a tentativa de afastamento de Jhon Textor, dirigentes da SAF do
As informações da carta foram divulgadas inicialmente pelo ge.globo.
Através de um documento, o grupo controlador do Lyon indagou se Textor tinha intenção de adquirir novamente as ações do Glorioso. A carta afirmava ainda que, se o empresário decidisse efetuar a compra, ele teria 30 dias para apresentar uma proposta oficial. Neste período, o bilionário deveria sair do controle do dia a dia da SAF por conta de um “conflito de interesses”. O clube social vetou o movimento.
Nesse contexto, a direção da SAF do Botafogo decidiu agir. Através de uma carta, eles reiteram o apoio a Textor e endossam as suas ações. Além disso, afirmam que se ele sair, toda a diretoria deixará o Alvinegro.
“Não estamos abandonando o Botafogo. Estamos defendendo o Botafogo que saiu das cinzas, a fênix que renasceu sob a liderança de um homem que ousou sonhar e nos pediu para sonhar com ele. (...) Se John for afastado, nós sairemos com ele. Sem ele, não há razão para ficar. Somos um time. Somos uma família. E permanecemos unidos. Com amor e lealdade pelo Botafogo”, diz a carta.
‘Tudo pode ruir’, diz o documento dos dirigentes
Os executivos afirmam que o clube, que enfrentou uma crise financeira e esportiva, renasceu sob a liderança de Textor, conquistando a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro em 2024. Eles ressaltam que o futuro do Botafogo está em jogo, com planos para um novo estádio e um centro de treinamento de alta qualidade, ambos dependentes da continuidade da liderança de Textor.
“Esses projetos existem por causa de sua visão, sua garra e sua crença no que o Botafogo pode se tornar. Não são apenas planos de construção. Fazem parte de algo maior, algo construído com base na confiança, estabilidade e compromisso de longo prazo. Se ele sair, se sua liderança for desmantelada, tudo o que começamos pode ruir”, diz o documento.
Pressão externa
A carta também denuncia pressões externas que ameaçam a gestão de Textor e avisa que qualquer tentativa de diminuir sua autoridade resultará na saída dos executivos, por considerarem isso uma violação dos valores do clube.
“Estamos profundamente cientes das recentes pressões políticas e corporativas visando minar a continuidade deste projeto. Embora não os nomeemos, nós denunciamos e rejeitamos qualquer tentativa, seja aberta ou velada, de remover ou diminuir a autoridade do sr. Textor sobre as operações de futebol e visão estratégica do Botafogo”, afirma a carta.
O documento tem seis páginas e foi assinado por A carta tem seis páginas e foi assinado por Thairo Arruda, Jonas Marmello, Anderson Santos, Alexandre Costa, Júlio Gracco, Pedro Souto, Mariana Carvalho, Marcelo Furtado, Nilton Moura, Antônio Dias, Pedro Felipe da Silva, Danilo Caixeiro, Alessandro Brito, Leonardo Coelho, Deive Bandeira, Eduardo Iglesias, Diego Mello, Rodrigo Gama, Raphael Sá, Carlos Macedo e Gustavo Guedes.
Leia a carta na íntegra:
“Prezados acionistas e membros do Conselho da Eagle Football Holding e SAF Botafogo,
Nós, oficiais estatutários e executivos sênior da SAF Botafogo, em pleno exercício de nossa consciência profissional e pessoal, pleiteamos por meio deste nosso apoio inabalável e incondicional à liderança em andamento do Sr. John Charles Textor em seus papéis como Diretor Executivo, Presidente do Conselho de Diretores, e líder da SAF Botafogo.
Essa não é meramente uma declaração de alinhamento profissional.
Esse é um compromisso emocional, ético e existencial ao Botafogo.
1) Gratidão pela liderança que reviveu um legado.
Outrora um titã no futebol brasileiro, um clube que forjou lendas e ajudou o Brasil a conquistar suas três primeiras Copas do Mundo, o Botafogo havia deslizado rumo às trevas. Ruína financeira, instabilidade política e irrelevância esportiva deixaram uma instituição orgulhosa agonizando por ar. A esperança havia se dissipado. A glória havia se apagado. Mas então, contra todas as probabilidades, alguém viu um futuro onde outros viram fracasso.
Esse alguém foi John Charles Textor.
Sob sua liderança, o Botafogo fez mais do que se recuperar: renasceu. Do desespero da segunda divisão do Brasil à conquista da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024, até orgulhosamente representar o Brasil como o 14º time colocado na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o Botafogo se restaurou à dignidade e relevância. Essas vitórias não foram obra do acaso. Elas foram conquistadas, tijolo por tijolo, pela visão e pelo comprometimento de um líder que acreditou não só no clube, mas em todos nós.
Ele trouxe profissionalismo para onde havia caos. Estrutura onde havia desordem. Esperança onde existia resignação. Paramos de sobreviver e começamos a sonhar de novo.
Ele não investiu apenas dinheiro; ele investiu seu coração. E nós o retribuímos com nosso suor, nossas lágrimas e nossa lealdade.
2) Conquistas mensuráveis, impacto imensurável
O que a liderança de John Textor nos deu foi não só crença, mas transformação. Algumas das nossas conquistas incluem:
- Dívida do clube caiu de mais de R$ 1,2 bilhão para R$ 500 milhões por meio de negociações históricas e inovação legal;
- Aumento da receita de R$ 140 milhões para R$ 719 milhões em 2024, com a expectativa de que 2025 quebre novos recordes
- Botafogo atingiu R$ 3 bilhões em exposição de mídia em 2025 e completou a maior venda de ativos na história do futebol brasileiro;
- Em apenas três anos, inscrições de emprego subiram acima de 713%, enquanto o Botafogo se tornou um modelo de profissionalismo;
- A introdução do campo sintético transformou o estádio Nilton Santos em um hub cultural e de entretenimento, recebendo os maiores atos da música global na cena sociocultural do subúrbio do Rio de Janeiro, reforçando o PIB da cidade.
Mas mais do que números, o que mudou foi a alma. O Botafogo se tornou um lugar em que as pessoas desejavam estar novamente: um clube que honrou seu passado e construiu seu futuro. E por trás de cada avanço, cada reforma, cada vitória, esteve a visão de um homem: John Charles Textor.
3) Um futuro glorioso em risco
Neste momento, o Botafogo está à beira de algo extraordinário. Após décadas de espera, duvidando e sobrevivendo, estamos finalmente construindo um futuro à altura da grandeza do nosso passado.
Não é mais um sonho. Está acontecendo. Planos estão em andamento. Fundações estão sendo colocadas, literal e figuradamente. Mas nada disso é garantido. Na verdade, tudo está em risco.
Uma das peças mais ambiciosas desse futuro é o novo Estádio do Botafogo, projetado para receber 40.000 torcedores. Não é qualquer estádio, é uma casa de classe mundial, uma das mais modernas e avançadas do planeta. Um estádio vibrante, com as arquibancadas próximas ao campo. Você consegue imaginar o som alto da nossa torcida? Um lugar construído não apenas para o futebol, mas para orgulho, identidade e pertencimento. Um espaço onde gerações de torcedores: pais, filhos, netos, se reunirão e sentirão o verdadeiramente significa vestir preto e branco. Este não será apenas mais um estádio. Será uma declaração. Uma promessa cumprida.
Ao mesmo tempo, o Centro de Treinamento do Botafogo se tornará um dos melhores da América do Sul. Seis campos profissionais. Conexão perfeita entre a base e o time principal.
As mais recentes tecnologias em desempenho, recuperação e desenvolvimento. Um lugar onde sonhos nascerão e lendas surgirão. Um lugar onde o Botafogo constrói não apenas times, mas futuros inteiros. Está acontecendo, mas precisamos continuar nos desenvolvendo.
Mas aqui está a verdade que não podemos ignorar: nada disso acontece sem John Textor.
Esses projetos existem por causa de sua visão, sua garra e sua crença no que o Botafogo pode se tornar. Não são apenas planos de construção. Fazem parte de algo maior, algo construído com base na confiança, estabilidade e compromisso de longo prazo.
Se ele sair, se sua liderança for desmantelada, tudo o que começamos pode ruir. O estádio pode ser arquivado. O centro de treinamento pode perder o impulso. O progresso pelo qual lutamos pode desaparecer tão rápido quanto surgiu.
É por isso que estamos nos manifestando. Porque este futuro está próximo demais para deixar escapar. Esperamos muito tempo. Nos sacrificamos demais. Sabemos o que estamos construindo e sabemos quem está segurando o projeto. Sem ele, o projeto não apenas desacelera. Ele perde a alma.
E Botafogo não é só concreto e grama. É sobre pessoas. É sobre uma causa. E agora, estamos mais perto do que nunca de tornar isso realidade, mas só se protegermos o que nos trouxe até aqui em primeiro lugar.
4) Resistência à interferência, lealdade sem compromisso
Estamos profundamente cientes das recentes pressões políticas e corporativas visando minar a continuidade deste projeto. Embora não os nomeemos, nós denunciamos e rejeitamos qualquer tentativa, seja aberta ou velada, de remover ou diminuir a autoridade do sr. Textor sobre as operações de futebol e visão estratégica do Botafogo.
Esse não é só um desafio a uma estrutura gerencial.
É a traição de um sonho. A ruptura de uma família.
Se tais ações forem tomadas sem transparência, deliberação inclusive, e sem o consentimento expresso do sr. Textor, vamos considerá-las uma violação dos nossos valores compartilhados. Caso o cargo dele seja revogado, suspenso ou limitado de qualquer forma significativa, esta deverá servir como nossa formal e irrevogável notificação de demissão, com efeito dentro de 48 horas após tal decisão.
Sairemos não por desafio, mas por dignidade.
Não em protesto, mas em princípio.
Porque lealdades familiares não podem ser negociadas.
5) Declaração vinculativa de união e propósito
Esse manifesto não é um ato de divisão. É uma súplica por união. Não estamos abandonando o Botafogo. Estamos defendendo o Botafogo que saiu das cinzas, a fênix que renasceu sob a liderança de um homem que ousou sonhar e nos pediu para sonhar com ele.
Nós sonhamos. Nossos torcedores sonharam. Juntos nós conquistamos. Juntos nós estamos.
Botafogo não é só um trabalho. É nossa causa, nossa casa, nossa alma.
Se John for afastado, nós sairemos com ele. Sem ele, não há razão para ficar.
Somos um time. Somos uma família. E permanecemos unidos.
Com amor e lealdade pelo Botafogo”