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“Muita gente falando de zebra, mas nós, que estamos aqui, sabíamos que era muito possível acontecer o que aconteceu. Fiz questão de assistir a muitas reportagens das TVs brasileiras, vi muita gente já cravando o Flamengo na final, apostando em placares dilatados contra o Al-Hilal. Mas quem está no clube, acompanha o dia a dia, a preparação, a estrutura e o nível dos atletas, sabia que a vitória era totalmente possível”, afirma Boaventura em entrevista à Itatiaia.
Natural de Belo Horizonte, João Felipe Boaventura começou em clubes do interior de Minas e foi analista de desempenho de América e Cruzeiro antes de iniciar sua trajetória do outro lado do mundo. Conhecedor do futebol na América do Sul e na Ásia, ele garante que o abismo técnico entre clubes dos dois continentes é coisa do passado.
“Todos no Brasil acham que foi uma zebra, mas nós estávamos muito confiantes, porque o clube oferece todas as condições para enfrentarmos qualquer adversário do futebol mundial. O Al-Hilal é o Real Madrid da Ásia e pouca gente no Brasil sabe disso. Contra o Flamengo, conseguimos provar que o futebol de hoje já não é como antigamente, quando sul-americanos e europeus tomavam conta. O futebol asiático tem evoluído muito, principalmente o saudita”, diz.
Para Boaventura, uma prova da qualidade do futebol saudita está na própria escalação do Al-Hilal na vitória diante do rubro-negro carioca, no Marrocos. “Dos jogadores que atuaram contra o Flamengo, oito ou nove disputaram Copas do Mundo, e os que não disputaram têm experiência em grandes ligas da Europa. O Vietto jogou no Atlético de Madrid e no futebol português, o Ighalo jogou no Manchester United, na Espanha e na Itália”.
Garantido na final, o próximo objetivo é conquistar o título do Mundial de Clubes, e para João Felipe Boaventura de preferência contra o Real Madrid. "É um clima de muita felicidade, todo mundo está muito feliz por chegar à final e com essa possibilidade de enfrentar o Real Madrid, que é o grande sonho de todos que disputam o torneio”.
Mas, para o analista de desempenho mineiro, independentemente do título no sábado (11), a vitória sobre o Flamengo já enviou a mensagem sobre a evolução do futebol asiático, especialmente da Arábia Saudita.
“O Al-Hilal realiza um trabalho muito bem feito, a comissão toda está de parabéns. O clube oferece toda a estrutura possível, material humano e equipamentos. O futebol saudita tem evoluído muito. O Al-Nassr contratou o Cristiano Ronaldo, outros clubes estão contratando ótimos jogadores. Essa vitória sobre o Flamengo só vem a comprovar todo o trabalho que tem sido feito no futebol saudita, principalmente no Al-Hilal, que é um clube que investe muito, traz jogadores de grande qualidade”, conclui.
O Al-Hilal disputa a final do Mundial de Clubes no sábado (11), às 16h, contra o vencedor do duelo entre Real Madrid e Al-Ahly, do Egito, que acontece nesta quarta-feira (8), também às 16h, no Marrocos.