O chargista Maurício Ricardo respondeu ao comentário de Marina Ruy Barbosa, que interpreta
O pronunciamento de Maurício ocorreu após Marina responder uma
“‘Tremembé’ é sobre histórias duras, incômodas e cheias de consequências reais. Não é sobre criar simpatia por ninguém, é sobre cutucar temas que a sociedade costuma engolir sem mastigar: a mídia que transforma tragédia em espetáculo desde a época da cobertura dos casos, a forma como a Justiça lida com condenações, as brechas para redução de pena, manipulação, poder, corrupção e como certos perfis são tratados quando ocupam manchetes. Também levanta questões sobre ressocialização: quem comete crimes tão graves merece? Ou não?”, iniciou Marina.
“A arte não existe só para agradar — às vezes existe para tirar o sorriso do rosto e colocar o pensamento para trabalhar. True crime não é novidade, é um gênero antigo. E, em nenhum momento, a série defende ou tenta criar dúvida sobre a culpa dos personagens retratados”, acrescentou.
“Gostar da série é uma coisa. Agora, admirar, seguir, endeusar ou simpatizar com pessoas reais que cometeram crimes chocantes é outra completamente diferente. Se alguém se vê nesse lugar, talvez seja o caso de olhar para si e rever conceitos. Entretenimento é uma coisa. Fanatizar criminosos é outra, e isso sim é um problema”, concluiu a atriz.
Chargista responde
Em vídeo postado nas redes sociais, Maurício Ricardo concordou com as falas de Marina, mas criticou a narrativa da série, visto que o foco, para ele, foi a vida amorosa dos presos.
“A crítica nem era à série em si, como entretenimento ou arte. São dois pontos que eu quis abordar ali. Um é: como deve ser difícil para a família das vítimas ver os bandidos no hype; o outro é justamente o hype, que é absurdo o interesse mórbido e a banalização que a série despertou em muitas pessoas”, disse.
Maurício destacou que os criminosos não merecem ser romantizados. “Estão tratando assassinos de um dos crimes mais hediondos que este país já viu como se fossem os atores que os interpretam [...] Estão tratando como se fossem influenciadores da internet.”
Ele citou como exemplo os Estados Unidos (EUA): “Qualquer um lá que tivesse feito o que essas pessoas fizeram estaria preso, morto ou no corredor da morte. A gente não estaria aqui comentando sobre pessoas que estão soltas e dando entrevistas.”
O chargista afirmou defender a ressocialização, mas pontuou que essas pessoas continuam soltas. “Apenas, talvez, a série tenha exagerado na escolha narrativa e na estética ao tratar Tremembé como se fosse Big Brother. ‘Olha quem chegou?’ Tem até o nome assim, né?”
Por fim, ele declarou: “Eu acho, sim, que a arte muitas vezes incomoda e provoca debates. Se essa é a intenção de Tremembé, parabéns, produção. Parabéns, Marina Ruy Barbosa! Você está incrível. Não temos o que discutir.”