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Miss Universo Brasil: contra nova gestão, dez estados abandonam concurso

Liderado pela Miss Brasil 2017, coordenadores estaduais repudiam escolha do Miss Universo para gerir concurso no país

Maria Brechane é a Miss Universo Brasil 2023

Dez coordenadores estaduais do Miss Universo Brasil decidiram abdicar de seus cargos após uma nova gestão assumir o concurso no país. Em comunicado enviado à Itatiaia, eles justificaram dizendo que “práticas” da atual liderança “não refletem os ideais” pelos quais trabalham.

“Em decorrência do recente anúncio de que a direção do Miss Universo Brasil está sob nova gestão, os coordenadores estaduais dos estados do Amazonas, Acre, Piauí, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Roraima, Sergipe e Rondônia sentem-se compelidos a se manifestar por meio deste comunicado”, inicia.

O comunicado diz que os responsáveis pelos “certames estaduais” estão “surpresos” e “preocupados” com a nova organização e, por isso, em decisão conjunta, optaram por “renunciar aos cargos de franqueados estaduais do certame nacional”.

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“A partir deste momento, não mantém mais qualquer ligação direta ou indireta com o Miss Universo Brasil”, destaca. O texto finaliza: “A saída se dá em total discordância e repúdio ao histórico e posicionamento profissional do novo franqueado. Ao longo de sua trajetória no mundo miss, o atual proprietário demonstrou uma série de atitudes que contrariam os valores e princípios defendidos pelos coordenadores”.

O comunicado é assinado pela Miss Brasil 2017, Monalysa Alcântara, coordenadora do concurso no Piaú, além de Miro Sampaio (Amazonas), Guilhermino Benevides (Ceará), Eder Ignácio (São Paulo), George Azevedo (Rio Grande do Norte e Paraíba), Paulo Silas (Roraima), Luiz Plínio (Sergipe), Eleticia Dias (Rondônia) e Ana Meyre (Acre).

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Apesar da polêmica, a nova organização do Miss Universo Brasil prometeu divulgar os novos coordenadores estaduais no próximo dia 3 de maio. A reportagem da Itatiaia tenta, desde a última semana, contato com o novo gestor. O espaço segue aberto.

Nova gestão

Fim do mistério! Gerson Antonelli, CEO do Miss Teen Brasil, é o novo dono do Miss Universo Brasil. A informação foi divulgada pelo próprio Miss Universe em comunicado na última sexta-feira (19).

A organização internacional destaca que, a partir de agora, o empresário é o novo diretor nacional do concurso no Brasil.

“O Sr. Gerson Antonelli assumirá esse importante papel, garantindo que nossa visão e defesas compartilhadas destaquem a singularidade das mulheres no Brasil, dando-lhes a oportunidade de brilhar no cenário mundial e colocando-as no melhor caminho para o sucesso”, diz parte da nota.

“Esperamos pela incrível jornada que temos pela frente enquanto procuramos a próxima representante do Brasil no cenário global e testemunhamos a magia do concurso Miss Universo Brasil. Bem-vindo Gerson à família Miss Universo”, encerra.

Vale lembrar que Minas Gerais elegeu a primeira candidata ao concurso em março deste ano. Trata-se da modelo luso-brasileira Daniela Oliveira, de 27 anos. Ela é a primeira miss casada na história do concurso estadual a ser eleita. Ainda não se sabe se a mudança afetará a eleição da representante mineira.

O Miss Universo Brasil 2024 será realizado entre os dias 22 e 27 de setembro, em São Paulo. Por outro lado, o Miss Universo ocorre no fim do ano, no México.

Antiga gestão

Marthina Brandt decidiu sair da organização do Miss Universo Brasil para se dedicar à família. A empresária, que foi Miss Brasil 2015, falou sobre sua saída em julho do ano passado, quando Maria Brechane foi coroada.

Marthina, que entrou na organização do Miss Universo Brasil ao lado do empresário Winston Ling em 2020, assumiu a empresa sozinha em 2022.

Durante pronunciamento sobre sua saída, Marthina relembrou a flexibilização das regras para o concurso, que permitiram que mulheres casadas e mães pudessem participar. “Coincidência ou não, eu também estou vivenciando a maternidade e, ao longo dos meses, pensei muito se esse seria o momento certo e se eu estaria pronta. Da mesma forma que gosto de começar ciclos de forma leve, eu também gosto de encerrar”, disse Marthina.

Vale lembrar que o país quase ficou sem representante no Miss Universo em 2020, quando nenhum empresário quis assumir a franquia. Porém, com a vinda de Marthina, a gaúcha Júlia Gama foi indicada como Miss Brasil - devido ao tempo para se realizar o concurso no país - e conquistou a segunda colocação no Miss Universo.


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Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.