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Morre Pacífico Mascarenhas, pai da bossa nova mineira, aos 88 anos

Artista mineiro foi padrinho musical de Milton Nascimento, além de ter sido Diretor Social e conselheiro do Minas Tenis Clube

Pacífico Mascarenhas morreu aos 88 anos

O músico Pacífico Mascarenhas, conhecido como o pai da bossa nova mineira, morreu nesta terça-feira (9), aos 88 anos. A informação foi confirmada por pessoas próximas à família do artista e pelo Minas Tênis Clube, onde ele atuou como Diretor Social e conselheiro.

O velório do artista será realizado nesta quarta-feira (10), no Salão Pacífico Mascarenhas, no Minas Tênis Clube II, às 14h. O músico será enterrado no Cemitério do Bonfim, em cerimônia marcada para as 15h do mesmo dia. A causa da morte não foi divulgada.

“Meu pai se foi... estamos dilacerados! Sentiremos muita falta! Pessoa maravilhosa, íntegra, criativa, inteligente, amiga, simples, nosso compositor/músico e totalmente do bem! Obrigada por ter sido meu pai”, publicou a filha dele, Kika Mascarenhas. “Te amo pra sempre, pai. Vai com Deus... você estará sempre conosco”, encerrou na postagem.

Pacífico compôs mais de 180 músicas durante uma carreira longeva na música, sendo cerca de 150 delas gravadas por artistas reconhecidos nacional e internacionalmente. Um deles é Milton Nascimento, a quem o mineiro apadrinhou na música. O artista foi responsável por levar Bituca para conhecer a cidade natal, o Rio de Janeiro, o que acabou levando à estreia dele como solista com o álbum “Muito pra frente”, de 1965.

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Veja nota de pesar

O Minas Tênis Clube sente com profunda tristeza a morte de Pacífico Mascarenhas (1935 - 2024), diretor Social do Minas por 30 anos, conselheiro nato do Clube e grande influenciador da cultura no Minas - criador, dentre tantas ações, das inesquecíveis Missas Dançantes - e na capital mineira.

Pacífico é referência da vida social em Belo Horizonte. Integrante da Turma da Savassi, nos anos 1950, grupo formado por jovens que cantavam e faziam serenatas para as meninas, Pacífico criou o conjunto Sambacana. Sua obra musical tem como principal característica a batida da Bossa Nova, subgênero do samba, da qual o minastenista foi responsável pela difusão em Belo Horizonte.

As canções de Pacífico Mascarenhas, lançadas em mais de 30 discos autorais, foram gravadas por Luiz Eça, Cliff Korman e Jorge Cutello, músico argentino, dentre outros. Sua generosidade musical fez com que artistas hoje consagrados, como Joyce Moreno e Milton Nascimento, surgissem para o grande público.

O trabalho do músico mineiro é reconhecido por meio de prêmios como o Troféu Pró-Música de 1995, 1996 e 2007; a Comenda do Mérito Artístico Rômulo Paes, concedida pela da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 1998; o Diploma de Honra ao Mérito da Ordem dos Músicos de Minas Gerais, em 2003; a Medalha Presidente Juscelino Kubistchek, em 2003.


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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.