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Câncer de Isabel Veloso tem chance de cura? Entenda diagnóstico terminal

Influenciadora de 17 anos recebe cuidados paliativos para a doença, já que o tratamento não aparesenta mais eficácia

Isabel Veloso, jovem de 17 anos, passa por tratamento paliativo

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  • A influenciadora Isabel Veloso, de 17 anos, possui o diagnóstico de linfoma de Hodgkin. Ela descobriu que tinha a doença quando tinha 15 anos
  • Veloso chegou a receber o transplante de medula óssea e a afirmar que havia sido curada em novembro de 2023. Três meses depois recebeu um novo diagnóstico
  • Médicos apontam que ela tem entre dois a quatro meses de vida
  • A jovem vai se casar no dia 13 de abril de 2024, com Lucas Borba
  • Ela foi acusada de mentir sobre a doença nas redes sociais, e apresentou o laudo médico
  • Linfoma de Hodgkin é uma doença rara e representa apenas 0,5% dos diagnósticos de câncer

A influenciadora e estudante Isabel Veloso, de 17 anos, compartilha nas redes sociais a rotina de tratamentos paliativos para um câncer que define como “incurável”. A paranaense tem um Linfoma de Hodking localizado entre o pulmão e o coração, o que fez com que os médicos considerem que ela possui cerca de quatro meses de expectativa de vida.

Isabel recentemente exibiu um laudo médico para comprovar o estado de saúde para 1,6 milhão de seguidores que acumula no Instagram, após ser acusada de fingir estar doente. O documento destaca que a adolescente possui “ Linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que ela passa por “cuidados paliativos exclusivos”.

Ainda através das redes sociais, Isabel define que vive com uma “doença incurável”, considerando que os médicos já estimaram uma expectativa de vida para ela, entre dois e quatro meses. Hematologista do Grupo Oncoclínicas, em Belo Horizonte, o Dr. Caio César Ribeiro apontou que o termo “terminal” pode não ser adequado para qualquer situação, mas explicou o uso.

"É possível que esse termo seja usado naqueles pacientes em que uma terapia curativa não possa mais ser oferecida. Isso não significa que não possam ser oferecidos ao paciente estratégias para melhorar sua qualidade de vida”, afirmou o especialista. A análise se aplica ao caso de Isabel, conforme comprovado pelo laudo divulgado por ela.

O documento que comprova que a jovem de 17 anos está sendo submetida somente a cuidados paliativos com foco em “controlar e aliviar sintomas” de um Linfoma de Hodgkin. Em tratamento domiciliar, Isabel está “em uso de altas doses de opioides para controle de dor”, conforme informado pela médica que conduz o tratamento paliativo.

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O que é o Linfoma de Hodgkin

O Dr. Caio César Ribeiro explicou à Itatiaia que o “Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático”. A doença costuma acometer principalmente pessoas jovens, como é o caso de Isabel, “embora tenha um segundo pico de incidência em pessoas com mais de 60 anos”.

Segundo o médico, a doença “corresponde a 0,5% de todos os tipos de câncer e costuma apresentar-se com crescimento de linfonodos no pescoço ou axilas, estes também conhecidos popularmente como ínguas. A doença pode acometer também a região próxima ao coração, conhecida como mediastino, e pode se manifestar com dores no peito e cansaço”.

Como é feito o tratamento

O tratamento, segundo o hematologista, é feito com quimioterapia, podendo envolver em alguns casos radioterapia. “O tempo de tratamento normalmente depende do estágio em que a doença se apresenta e pode durar de 2 a 6 meses”, esclareceu.

No caso de Isabel, que recebeu o diagnóstico da doença aos 15 anos, ela foi submetida a quimioterapia e também passou por transplante de medula óssea. A jovem chegou a relatar que havia sido curada em novembro de 2023, mas a doença voltou três meses depois.

Segundo o médico, nem todos os pacientes necessitam passar pelo procedimento. A grande maioria dos pacientes vai ser curada apenas como tratamento envolvendo a quimioterapia e radioterapia. O transplante de medula óssea é necessário nos pacientes que apresentam recaída da doença após o primeiro tratamento”, explicou.

“A taxa de recaída da doença após o transplante de medula óssea é em torno de 50%, porém existem alguns casos em que essa taxa pode ser maior ou menor, dependendo principalmente de como a doença se apresentava antes do transplante e como ela foi controlada para o procedimento”, completou Ribeiro sobre a doença.

Qual a diferença de casos paliativos

Para pacientes sem respostas ao tratamento, como Isabel, o Dr. Caio César Ribeiro destacou alguns cuidados que devem ser tomados. “É muito importante que o médico hematologista que cuida do paciente com esse tipo de câncer explique sobre a doença e as expectativas em relação ao controle de sintomas e qualidade de vida”, iniciou.

“O acompanhamento de um médico de Cuidados Paliativos que irá auxiliar o hematologista e o paciente na condução dos cuidados para uma vida melhor também é muito importante”, pontuou o médico. “Recentemente, tivemos a criação do Comitê de Cuidados Paliativos na ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) que tem trazido mais avanço e cuidados para os pacientes”.

Conforme anunciado por Isabel, um novo exame mostrou que o crescimento do tumor se estabilizou, o que pode interferir na expectativa de vida dada pelos médicos. “É muito difícil traçar exatamente um tempo de vida para qualquer paciente que apresente uma doença refratária aos tratamentos disponíveis. O Linfoma de Hodgkin pode apresentar períodos de maior crescimento e estabilidade e pode ser que o tempo seja maior ou menor do que esse”, esclareceu o hematologista do Grupo Oncoclínicas.


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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.


Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.