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Esposa de Bruce Willis irá lançar livro após diagnóstico de demência do ator

Emma Heming Willis escreveu obra direcionada a cuidadores, baseada na vivência com o marido

Emma Heming Willis e o ator Bruce Willis são casados há mais de 15 anos

Emma Heming Willis, esposa do ator Bruce Willis, irá lançar um “livro para cuidadores” em 2025. Conforme divulgado pela imprensa internacional, a obra ainda não tem título definido e é inspirada pelo “recém-descoberto papel como cuidadora” após Willis ser diagnosticado com demência frontotemporal.

“Identificar os recursos certos para me educar e me esclarecer tem sido poderoso e me deu espaço para continuar avançando da maneira mais positiva possível. Para que eu possa ser a melhor mãe, esposa, filha, amiga e parceira cuidadora”, disse em nota obtida pela People.

Através do livro, Emma pretende compartilhar as informações que aprendeu na nova jornada, tendo como público alvo pessoas que tiveram entes queridos diagnosticados com demência. A produção incluirá entrevistas, conselhos de especialistas e histórias pessoais da esposa de Willis.

“Para mim, conhecimento é poder, e criar uma comunidade de apoio ao meu redor tem sido vital”, continuou no pronunciamento. “Isso trouxe de volta a estabilidade e um certo grau de controle, controle esse que foi completamente destruído quando o diagnóstico de demência frontotemporal chegou ao mundo da nossa família”.

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Diagnóstico de demência frontotemporal

Bruce Willis foi diagnosticado com demência frontotemporal no início de 2023. Segundo relatos de parentes, o astro de cinema começou a apresentar dificuldades de comunicação e fala e, pouco depois, alterações no comportamento e alguns quadros de esquecimento envolvendo até mesmo a mãe do ator.

O protagonista de “Duro de Matar” se aposentou após receber o primeiro diagnóstico de afasia, em 2022. Cerca de um ano depois, a família confirmou que o artista tem demência frontotemporal, também conhecida como DFT.

O que é demência frontotemporal

Paulo Caramelli, especialista em cognição e professor da UFMG, explicou que a DFT é a segunda causa de demência degenerativa mais frequente com início antes dos 65. “Ou seja, de início considerado precoce do ponto de vista de faixa etária”, disse.

A doença se dá pelo acúmulo de “proteínas anormais no cérebro”. Conforme o médico, existem duas características ou duas formas de apresentação clínica da doença. Sendo elas: variante comportamental e variante de linguagem. Na primeira apresentação, o paciente, fundamentalmente, tem alterações de comportamento. De acordo com Caramelli, elas “vão desde apatia ou desinibição, alterações de hábitos alimentares, como preferência por doces, a apresentação de algum tipo de compulsão”.

“São alterações basicamente de comportamento e, em geral, a memória se encontra relativamente preservada pelo menos nas fases iniciais, sobretudo, quando você compara com pessoas com doença de Alzheimer. A maior parte dos casos de Demência Frontotemporal, variante comportamental, a memória não é tão afetada no início e é por isso, por exemplo, que essas pessoas não têm dificuldades de localização espacial. A memória, principalmente essa para trajetos conhecidos, ela segue preservada”, esclarece.

A outra variante é a de linguagem. “A linguagem é a alteração clínica inicial, menos comportamento e também menos memória. De toda forma, são apresentações clínicas que evoluem de forma progressiva e, em fases mais avançadas, fica muito difícil você diferenciá-las. Em geral, a memória não é alterada precocemente ou no início do quadro”, destaca o médico.

Com informações de Patrícia Marques

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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.