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Lula se reúne com Sônia Guajajara antes de decisão sobre o marco temporal

Ministro Alexandre Padilha, advogado-geral Jorge Messias e secretário da Casa Civil, Wellington César, também participam da reunião

Presidente Lula (PT) se reúne com a ministra Sônia Guajajara nesta sexta-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, nesta sexta-feira (20), prazo limite para decidir se imporá veto total ou parcial ao Projeto de Lei (PL) do marco temporal aprovado no plenário do Senado há vinte e três dias. Setores da alta cúpula do Governo Federal divergem sobre a sanção da proposta de lei, especialmente após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar inconstitucional a tese contemplada na matéria.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César, também participam da reunião, à tarde, com o petista. A discussão sobre a fixação da data da promulgação da Constituição Federal de 1988 como marco para demarcação de territórios indígenas atravessava o Congresso Nacional há 16 anos, e era pauta no STF desde 2009. Em setembro, a Corte decidiu considerá-la inconstitucional e rejeitou a tese do marco temporal. Na contramão, seis dias depois, 34 entre 66 senados presentes decidiram que a proposta é, sim, constitucional. As divergências entre os poderes Judiciário e Legislativo acirraram as tensões, e membros da oposição pressionaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a propôr uma ofensiva contra o Supremo sob a alegação de que os ministros têm legislado sobre discussões de competência do Congresso.

O que é o marco temporal?

O marco temporal rejeitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e aceito no Congresso Nacional é uma tese jurídica que prevê que os povos indígenas têm direito apenas às terras que ocupavam ou disputavam na data da promulgação da Constituição Federal de 1988 – 5 de outubro de 1988. Os ministros contrários à tese do marco temporal sustentam, em geral, que a própria Carta reconhece o direito das populações indígenas à terra e deve garantir a permanência delas nesses territórios.

Por outro lado, a proposta de lei aprovada no Congresso, o PL 2.903/2023, sustenta que devem ser consideradas terras indígenas aquelas áreas ocupadas por povos originários na data de promulgação da Constituição.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.