Um membro da Guarda Indíena Cauca, que participou das buscas pelas crianças perdidas na selva colombiana, afirmou que o cão Wilson foi deixado na mata como uma oferenda. A fala foi feita na última sexta-feira (16).
“Vamos torcer para que através de uma conversa espiritual ele consiga sair, os povos amazônicos já estão nisso porque é uma vida de qualquer jeito e a Guarda [Indígena Cauca] deve zelar pela vida de tudo e de todos. Então acreditamos que, se essa comunicação continuar, o cachorro Wilson com certeza vai sair, mas foi aquela troca, digamos espiritual, para os indígenas aparecerem”, contou Jesús Dagua, durante uma entrevista a uma rádio local.
Há duas semanas, Wilson rompeu a coleira que o ligava a seu tutor e sumiu na Amazônia colombiana enquanto farejava o rastro de quatro crianças perdidas que tinham sobrevivido a um acidente aéreo. Passados os dias, as crianças foram encontradas, mas o cão segue desaparecido.
Última aparição
Em entrevista ao jornal local Semana, Gustavo conta que Wilson se perdeu pela primeira vez no dia 18 de maio, após os militares darem a ordem para ele entrar na selva e procurar as crianças. Dois dias depois,
“Foi muito estranho, porque esse cão é treinado para ir fundo na selva e sempre voltar para o dono”, diz o coronel. A última aparição de Wilson foi 19 dias depois, em 6 de junho. A reação do cachorro ao encontrar os militares também causou estranheza.
“Quem o viu, disse que ele estava um pouco magro. Tentaram oferecer comida, brincar com ele, aproximar dele. Assim que nos viu, ele fugiu. Essa foi a última vez que tivemos contato com Wilson.”
Buscas pelo cachorro Wilson
As quatro crianças indígenas foram localizadas no dia 9 de junho após 40 dias desaparecidas na Amazônia colombiana. Elas estavam em um avião que caiu no dia 1º de maio junto com a mãe e mais duas pessoas, que não sobreviveram. O cachorro Wilson foi fundamental nos trabalhos de busca pelas crianças.
Após localizarem os quatro irmãos, o Exército Colombiano criou a
“Temos coragem e esperança de que ele tenha conseguido sobreviver. Ele é treinado para comer sua ração, mas seu instinto pode acordar em situações específicas. Ele pode ter conseguido se alimentar com presas que consegue caçar. Temos fé intacta e esperança.”
As buscas por Wilson também mobilizam internautas, que criaram uma petição pedindo para que o presidente colombiano Gustavo Petro não abandone Wilson na selva amazônica. A petição já conta com mais de 50 mil assinaturas no site