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Caso Rafaela Drummond: policiais que trabalhavam com escrivã são transferidos pela segunda vez

Delegado e investigador superiores à escrivã foram transferidos em junho para Conselheiro Lafaiete e, agora, vão trabalhar em duas cidades da região Central de Minas

Rafaela Drumond tinha 29 anos e tirou a própria vida no início de junho

Dois policiais civis que trabalhavam com a escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta em um distrito de Antônio Carlos (MG), foram transferidos pela segunda vez desde que ela tirou a própria vida, no dia 9 de junho. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (12).

O delegado Itamar Cláudio Netto e o investigador Celso Trindade de Andrade eram superiores de Rafaela Drumond, na Delegacia de Carandaí. No dia 23 de junho, eles haviam sido transferidos juntos para Conselheiro Lafaiete. Agora, o delegado vai trabalhar em Belo Vale e o investigador vai atuar em Congonhas, cidades da região Central de Minas. As duas transferências foram determinadas pela Administração Pública.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que as transferências são realizadas de acordo com princípios e critérios legais. O órgão ressaltou que a investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond segue sendo realizada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que assumiu o caso no fim de junho. Mais informações devem ser divulgadas no fim do inquérito.

Relembre o caso

A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de junho, na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio. O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato realizou um protesto de 6 horas de silêncio no dia 15 de junho.

Em entrevista à Itatiaia, o pai de Rafaela Drummond classificou a morte da filha como “o maior sofrimento que um homem pode sentir” e disse que percebeu que a filha estava mais “ quieta e calada” nos meses anteriores, mas não entendeu isso como um “sinal” de que algo estava errado.

Apesar do caso ter sido registrado como suicídio, conversas e publicações da vítima nas redes sociais levam à suspeita de que ela estaria sofrendo assédio moral e sexual dentro da instituição, o que poderia ter levado ao suicídio. Essa suspeita também é investigada pela Polícia Civil.

A investigação sobre o caso, que estava a cargo do Departamento de Barbacena, foi transferida para a Corregedoria Geral no dia 22 de junho. Segundo a Polícia Civil, “a complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte da escrivã” justifica a transferência do caso para a sede da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Segundo eles, a corregedoria possui “a estrutura necessária para dinamizar e concluir os procedimentos instaurados”, além de garantir mais isenção, imparcialidade e isonomia na apuração do caso.

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