Suspeito de atropelar ciclista em BH continuará preso até julgamento

O jovem, de 21 anos, suspeito de atropelar um ciclista no último sábado (6), na MGC-356, em Belo Horizonte, teve a prisão preventiva decretada e aguardará o julgamento na cadeia. Ele passou por uma audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (8).

Thiago Barbosa Bento, de 33 anos, teve traumatismo craniano, além de uma perfuração no tórax e várias fraturas pelo corpo. O suspeito do atropelamento procurou a Polícia Civil horas após o acidente e se entregou, sendo preso em flagrante.

O suspeito já havia sido ouvido durante a formalização da prisão em flagrante e confirmou que não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ele negou ter bebido durante a festa, mas admitiu ter tomado quatro latas de cerveja por volta das 18h da tarde de sexta (5). O jovem alegou que ia parar para prestar socorro à vítima, mas ficou “apavorado e com medo” após um taxista gritar. O jovem alegou ter deixado o carro perto de uma oficina e ido a pé para casa.

“Nesse sentido, a gravidade concreta da conduta demonstra a necessidade da Prisão Preventiva para se garantir a ordem pública, pois evidencia o perigo gerado pelo estado de liberdade do agente”, disse a juíza Juliana Miranda Pagano na decisão de hoje.

A Itatiaia teve acesso a detalhes da investigação do acidente envolvendo o ciclista. Uma das testemunhas relatou aos investigadores que foi a uma festa com o suspeito e o primo dele, que é o dono do carro. A jovem afirmou que viu o suspeito beber, mas não sabe se o primo dele sabia disso. O dono do veículo foi quem entregou a direção do carro para o suspeito.

Segundo uma das testemunhas, os jovens teriam saído da festa por volta das 3h. O grupo teria ido até a Praça Do Cardoso, no bairro Serra, para fazer um lanche e, depois, ficaram durante algum tempo na Praça do Papa, no bairro Mangabeiras. Na sequência, eles teriam ido em direção ao bairro Olhos D'água, com o acidente sendo registrado momentos depois.

‘Mó prejuízo’

Capturas de tela da conversa de WhatsApp entre o suspeito e o dono do carro foram anexadas ao processo. A troca de mensagens foi realizada pouco mais de uma hora após o acidente. O suspeito fala para o primo que estava com o “ódio”, diz que o carro deu “prejuízo” e completou: “os ‘cara’ bateu no carro, mas já mandei para ‘arruma’”.

Logo depois, o dono do carro conta que foi procurado pelos investigadores e pede ao primo para que se apresente à polícia. O suspeito chega a demonstrar otimismo com a situação e diz: “fala que não foi você [...], vai dar certo”.

Detalhes do acidente

Conforme as informações presentes no boletim de ocorrência, um cirurgião cardiovascular que passava pelo local do acidente parou e prestou socorro à vítima. Ao chegarem no local, os policiais encontraram a testemunha realizando uma massagem cardiorrespiratória na vítima.

Outra testemunha, uma motorista que estava perto do ciclista na hora do acidente, relata que ouviu um forte barulho de frenagem e, na sequência, o barulho do atropelamento. A testemunha afirma ter visto o suspeito fazer zigue-zague com o veículo na pista para tirar o corpo da vítima de cima do para-brisa do carro. Logo após o corpo do ciclista cair no chão, o suspeito fugiu.

O veículo foi autuado pela Polícia Militar por várias infrações de trânsito, como ameaçar veículos, trafegar pelo acostamento, usar veículo em manobras perigosas e ameaçar demais veículos.