‘Evoluiu com agitação e teve parada cardíaca’, diz médico sobre morte de mulher após abdominoplastia em clínica de BH

A paciente de 38 anos que morreu após complicações de uma abdominoplastia teve uma parada cardíaca por volta das 4 horas da madrugada desta terça-feira (25). A informação foi confirmada à Itatiaia pelo médico e diretor-técnico do Instituto Mineiro de Obesidade, Leonardo Salles.

“A paciente foi submetida a uma abdominoplastia ontem (segunda-feira-24) e, durante a noite, evoluiu com agitação e teve uma parada cardíaca. É uma paciente que tem histórico de tromboembolismo, o que sugere para a gente que seja um caso que tenha tido um trombolismo maciço, embora a gente não possa afirmar isso”, disse.

O médico destacou ainda que todas as medidas possíveis foram adotadas para evitar o óbito. “Pelos relatos, o procedimento transcorreu tranquilamente, sem nenhuma intercorrência. Agora, durante a madrugada, em torno de 4h, ela evoluiu para essa agitação e para a parada cardíaca. Foi prontamente atendida pelo plantonista, pelo médico assistente e pelo outro cirurgião de plantão”, garantiu.

Além das medidas após a evolução do quadro, Leonardo disse que a paciente foi informada previamente sobre o risco de complicações em razão do histórico de trombose. “Os pacientes são alertados do risco, não só no caso dela, mas de todos os pacientes, a gente faz a profilaxia para trombolismo”, disse o diretor, citando medicação e o uso de meias para compressão. “Isso diminui, mas, é claro, não zera o risco. Ainda resta risco, infelizmente, parece ser o caso da paciente”.

O médico informou ainda que o instituto acionou a Polícia Civil, com o objetivo de esclarecer a causa da morte.

“O que fizemos foi encaminhar paciente para o IML (Instituto Médico Legal), para que seja completamente avaliado, investigado, elucidado e que não reste nenhuma dúvida quanto ao que que realmente aconteceu, caso tenha sido um trombolismo ou até mesmo um erro médico. É interesse do hospital que o caso seja totalmente esclarecido”, garantiu.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que o estabelecimento possui Alvará de Localização e Funcionamento válido até 26 de setembro de 2026.

Outro óbito

Em dezembro de 2021, uma paciente de 39 anos morreu após complicações de uma abdominoplastia e de uma lipoaspiração feitas no mesmo instituto. Na ocasião, Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira chegou a ser socorrida no Hospital Vera Cruz, mas não resistiu. O cirurgião plástico responsável pelo procedimento foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando uma pessoa mata a outra sem ter a intenção).

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que “instaurou inquérito para apurar a causa e circunstâncias da morte de uma mulher durante procedimento cirúrgico em uma clínica localizada no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, na capital. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal dr André Roquette onde será submetido a necropsia e formal identificação. Mais informações serão repassadas ao longo das investigações”.