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Prefeito de BH nega possibilidade de reajuste na passagem de ônibus para R$ 6,90

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Fuad Noman explicou que a mudança está fora de cogitação; empresas já protocolaram pedido de reajuste com a justificativa de que a passagem está congelada há cinco anos

Com o fim do subsídio de R$ 240 milhões, aprovado e concedido desde o ano passado, as concessionárias cobram o reajuste de 53% na tarifa com base na chamada Fórmula Paramétrica

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, garante que não vai ceder à pressão das empresas de ônibus e que a passagem não vai custar R$7 reais a partir de amanhã (1º).

Com o fim do subsídio de R$ 240 milhões, concedido desde o ano passado, as concessionárias cobram o reajuste de 53% na tarifa com base na chamada Fórmula Paramétrica. Na semana passada, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) encaminhou um ofício à PBH pedindo o reajuste. Os representantes das empresas alegam que há cinco anos o preço da tarifa está congelado.

Caso fosse aceito o pedido, a passagem de ônibus passaria a custar R$6,90, o que segundo Fuad Noman, está fora de cogitação.

“São mentirosas as informações do aumento da passagem. Esse aumento foi solicitado, mas não foi aprovado pela prefeitura. Qualquer aumento que, no futuro, possa ser autorizado, será informado com antecedência. A cidade tem prefeito e esse prefeito que cuida dos cidadãos e não admite chantagem de ninguém”, explicou à Itatiaia.

“Há um projeto aprovado na Câmara que define a nova fórmula de custeio do transporte coletivo e o novo projeto está em andamento. Espero que seja aprovada a participação da prefeitura na complementação das tarifas de ônibus pagas pelos usuários. E, como eu tenho afirmado e reafirmado, farei o possível e quase impossível para manter como está", disse o prefeito.

Nas últimas semanas, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou uma lei que muda a fórmula de remuneração das empresas de ônibus, passando da quantidade de passageiros transportados para a quilometragem rodada pelos ônibus. No dia 21 de março, a prefeitura enviou à câmara o novo projeto com previsão de um subsídio de R$500 milhões, mas esse projeto ainda não passou por nenhuma comissão.

Os representantes das empresas alegam que há cinco anos a tarifa está congelada. O presidente do Setra, Raul Licurgo Leite, afirma que a fórmula paramétrica precisa ser aplicada e que a conta vai acabar no bolso dos passageiros.

“São quase cinco anos de tarifa congelada e de inflação alta. Esta lei não foi regulamentada e os recursos financeiros para o auxílio tarifa ainda não foram aprovados. Neste cenário, sem o auxílio tarifa, o custo integral do sistema deve ser rateado entre os usuários”, admitiu.

Em nota, a Prefeitura de BH confirmou ter recebido o ofício do Setra que pede o reajuste das tarifas e que o assunto está sendo analisado pela Superintendência de Mobilidade Urbana, e que a prefeitura realiza esforços para a tramitação do projeto de lei protocolado na câmara no dia 21 de março.

Allãn Passos é jornalista, nascido em Mariana, formado pela UFOP em 2012. Atuou como assessor de comunicação na Prefeitura de Mariana e na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Entre 2015 e 2018 foi repórter aéreo de trânsito. Desde abril de 2018 é editor e apresentador do Jornal da Itatiaia Noite. Integrante do PodTudo, atua como repórter e apresenta os programas Chamada Geral e Plantão da Cidade nas férias e folgas dos titulares.