A Justiça de Minas Gerais negou pedido de liberdade provisória da mãe presa em flagrante suspeita pela morte do filho, em Belo Horizonte. Na decisão, o juiz entendeu não haver nenhum novo elemento que justifique a soltura da suspeita. A mulher, que está presa desde janeiro, é mãe das duas crianças encontradas abandonadas em um apartamento no bairro Lagoinha, na capital mineira.
A defesa alega que a mãe estaria “sofrendo constrangimento ilegal por parte do juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Igarapé", justificativa que não foi aceita pelo juiz.
“Quanto à possibilidade de substituição da prisão preventiva pela domiciliar, em razão de a paciente ser mãe de duas crianças menores, constato não ser possível analisá-lo, por ora. Saliento, ainda, que o policial narrou que as outras duas crianças foram encontradas apáticas e desnutridas, tendo sido entregues ao Conselho Tutelar. Assim, não vislumbro, por ora, elementos que permitam decisão concessiva da liminar pleiteada.”
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A mãe foi presa em flagrante, no dia 6 de fevereiro deste ano, após levar o filho já morto para atendimento em uma UPA da capital. Conforme o laudo, “a criança estava com equimose em volta dos olhos, edema no pé esquerdo sugestivo de fratura, escoriações na costela, lesões de queimadura nos tornozelos, rigidez no queixo e desnutrição.”
A causa da morte, conforme laudo da necropsia, foi “traumatismo cranioencefálico, produzido por instrumento contundente.”
Entenda o caso
As crianças de 6 e 9 anos foram encontradas nessa terça-feira (21) de Carnaval após uma vizinha acionar a Polícia Militar (PM). Conforme a denunciante, elas estavam há três dias sem comida e banho. As responsáveis não foram encontradas. Os militares envolvidos na ocorrência só descobriram que os meninos deram nomes falsos quando foram ao hospital Odilon Behrens para saber informações sobre o estado de saúde.