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Suásticas e frases sobre bullying: saiba o que foi encontrado na escola invadida em Contagem

Escola foi atacada nesta madrugada e, até o momento, nenhum suspeito foi identificado

‘Me humilha agora diretora’, diz frase pichada na parede

Além de deixar um rastro de destruição na Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, os invasores deixaram mensagens. Foram encontradas frases com discursos de ódio e símbolos nazistas, preocupando professores, estudantes, pais e toda a classe estudantil. O ataque ocorreu na madrugada desta terça-feira (29).

A ação ocorre quatro dias após o atentado em Aracruz, no Espírito Santo, onde um adolescente de 16 anos matou quatro pessoas e deixou cinco feridas - sendo pelo menos três delas em estado grave.

Angélica Aparecida, mãe de duas crianças de 7 e 8 anos que estudam na escola, que fica no bairro Madeira, viu de perto vários ambientes depredados. “Totalmente lamentável”, disse. Ela descreveu o que viu como “caótico”.

Dentro da escola, foram encontradas pichações, vidraças quebradas e tinta jogada na parede. As ameaças que, de acordo com ela, não estavam explícitas, continham frases como “diretora 666”, suásticas, mensagens sobre bullying e iniciais que remetem a fases de jogos. “No Instagram diz que a última etapa do jogo é entrar na escola e matar os alunos”, explica.

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O refeitório, a sala da diretoria, dos professores, banheiros, pátio e trabalhos dos alunos sobre a semana da Consciência Negra foram destruídos. Até o momento, não há suspeitos do ataque. No entanto, Angélica espera que a resposta para esta pergunta seja esclarecida o mais breve possível.

“Como que eu mando eles para a escola sabendo que foi levantada essa possibilidade de eles invadirem e matarem os alunos? Como vou mandar meu filho tranquilamente para a escola?”, questiona a mãe.

Conforme Angélica, o seu filho de 8 anos ficou bastante preocupado com a cena. “O clima foi de consternação total”, afirmou. Ainda não se sabe por onde os invasores entraram e nem como saíram da escola.

“O muro é baixinho. Como foi arrombado mais de um ponto não se sabe exatamente por onde eles entraram e por onde eles evadiram. Tem vários pontos, essa entrada, a dos fundos e a quadra”, destacou.

Vandalismo

A Polícia Civil abriu investigação para apurar a depredação e as pichações de símbolos nazistas. As aulas foram suspensas e, conforme a prefeitura da cidade, não há previsão para a retomada normal das atividades.

“A perícia oficial foi acionada para realizar os levantamentos de praxe que irão subsidiar a investigação, a qual tramita a cargo da 3ª Delegacia de Polícia Civil do município”, destaca nota da Polícia Civil.

A instituição teve a sala da diretoria, banheiros e o pátio pichados com frases que citam bullying e até referências ao nazismo. Cadeiras e mesas também foram quebradas e espalhadas pelo pátio. ‘Me humilha agora, diretora (sic)’, diz uma das frases.

“Nós nos solidarizamos com a escola, é um absurdo tudo que aconteceu. Agora, a secretaria tem se empenhado para promover a segurança da escola, colocando câmeras para monitoramento e o caso já foi passado para a Guarda Municipal, para a Polícia Militar e para o serviço de inteligência”, disse Tereza Cristina de Oliveira, assessoria da Secretaria Municipal de Educação de Contagem.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.