Pelo menos 50 entidades protetoras dos animais assinaram um manifesto pedindo a divulgação do nome das marcas que compraram lotes de propilenoglicol - com suspeita de contaminação por monoetilenoglicol - da
“Estamos com medo do número de mortes de cães aumentar e de outros animais serem expostos à contaminação. Se a gente não tem acesso a essa informação, não tem como resguardar os animais. A gente espera que o Ministério Público faça algo ”, disse.
De acordo com Val, o manifesto deve ser entregue entre terça e quarta-feira da próxima semana. “Animal virou membro da família. Têm animais que estão doentes por causa do consumo de alimento contaminado e os tutores ainda não sabem porque não foram divulgadas as outras marcas”.
Ela, como advogada, ainda tem sido procurada por tutores que buscam compreender os seus direitos. “São danos morais, materiais e indenizações. Quando envolve animais, a grande maioria, infelizmente, ainda não entende que eles têm direitos e que esse direito é exercido por nós. Somos a voz desses bichos que não falam”, conclui.
O manifesto ocorre após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificar que a contaminação, que matou dezenas de cães no país, pode ter iniciado no propilenoglicol vendido pela Tecnoclean e usado pela Bassar Pet Food em petiscos.
“O propilenoglicol é um aditivo permitido tanto para alimentação animal quanto para alimentação humana. Nesse caso, a causa em investigação é uma contaminação do propilenoglicol por monoetilenoglicol. A causa está sendo investigada”, diz parte da nota.
A reportagem entrou em contato com o MAPA pedindo nomes de produtos, lotes e marcas que usaram propilenoglicol da Tecnoclean e aguarda retorno.
Revenda
A Tecnoclean Industrial Ltda, empresa de Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, que vendeu propilenoglicol para a Bassar Pet Food, explicou que não fabrica a substância. O insumo - que estaria contaminado com monoetilenoglicol - faz parte da composição dos petiscos que teriam intoxicado cães no país, sendo que apenas em Minas Gerais dez morreram.
Em nota enviada à Itatiaia, a Tecnoclean explicou que “não fabrica propilenoglicol, apenas tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli (que é o importador) e revendeu ao mercado nacional como apenas distribuidor”. Ainda, conforme o texto, a “falha deve ser entendida entre o importador e o fabricante.”
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou, nessa quarta-feira (7), orientação para que empresas fabricantes de alimentos para animais suspendam o uso de dois lotes de propilenoglicol vendidos pela Tecnoclean. São eles: D5053C22 e AD4055C21.
Recall
Na última sexta-feira (2),
Nessa quarta (7), a empresa informou que
Entenda
A
Na sexta passada, a Polícia Civil divulgou
Conforme a perita criminal Renata Fontes, três produtos diferentes da Bassar passaram por processamento. Todos eles foram entregues pelos tutores. “Recebemos desde o início da semana materiais que foram encaminhados pela delegacia do consumidor para análise”, destacou em coletiva.
“Nós identificamos a presença do monoetilenoglicol em um dos produtos que foram encaminhados à perícia. Praticamente todos que foram encaminhados foram processados”, detalhou a perita.