A mulher trans, de 38 anos, que aplicava silicone industrial em travestis, cobrava cerca de R$ 3 mil para realizar o procedimento - que incluía a injeção com o produto e o anestésico. Segundo a Polícia Civil, ela tinha uma assistente, de 22 anos, que aplicava o silicone com o auxílio dela.
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Ela, que trabalhava em uma escola pública da capital, esteve no imóvel no bairro Coqueiros, na região Noroeste de Belo Horizonte, totalmente insalubre, em março deste ano, onde aplicou 4 litros de silicone industrial. Insatisfeita, no dia 7 de abril ela voltou ao local e injetou mais 2 litros. Porém, minutos depois ela morreu.
Naquele dia, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encontrou a travesti já morta. Na ocasião, a mulher trans disse que ela estava em sua casa se recuperando de um procedimento realizado no estado de Goiás. A causa da morte foi “embolia decorrente de material exógeno”, que, no caso, é o silicone industrial.
Dias após o óbito, familiares ficaram desconfiados da versão dela, visto que a travesti não havia viajado para Goiás. Com isso, a Polícia Civil deu início às investigações.
“Após a morte da vítima, ela mudou a forma de agir e passou a aplicar na residência dos pacientes. Foi o que ocorreu com a vítima, de 33 anos, que veio a falecer no dia 1º de junho no Hospital Odilon Behrens”, destacou o delegado. Essa travesti, que passou pelo procedimento no dia 24 de maio, morreu no dia 1º deste mês. Ela seria a segunda vítima dos procedimentos ilegais realizados pela mulher trans, que atuava como “bombadeira”.
De acordo com a polícia, tanto ela, quanto a assistente, apenas tinham ensino médio. “Ela tem passagens por exploração sexual de menores, homicídio, ameaça, lesão corporal e, também, por chefiar um ponto de prostituição em Contagem, onde cobrava cerca de R$ 30 por dia pelo uso do local”, afirmou o delegado.
Conforme ele, as ameaças e lesões são “decorrentes da atividade de rufianismo” durante cobranças de pagamentos.
A mulher trans não confessa o crime, mas, de acordo com a polícia, a assistente assume de “forma informal”. Diferente da responsável pelos procedimentos, a jovem não tem passagens pela polícia.
Produto é usado para limpar aviões
O produto usado como silicone serve para várias atividades. “Silicone industrial é um material utilizado em diversas atividades, ele não tem restrição de venda, até, porque, ele é expressamente proibido para uso no corpo humano”, explicou o delegado.
De acordo com ele, ao ser aplicado no corpo, o produto espalha causando intoxicações, infecções, paradas cardíacas e outros agravantes.
A dupla cumpre prisão temporária de 30 dias, que pode ser convertida para preventiva. Para auxiliar nas investigações, outras vítimas podem procurar a polícia e registrar a ocorrência.
O tempo que ela exercia a atividade ilegal está sendo apurado.