Imagine acordar cedo para trabalhar, ver nove ônibus passarem e nenhum parar no ponto e ainda gastar mais de duas horas para chegar ao serviço? É este calvário enfrentado pela auxiliar de dentista Val Pereira, de 56 anos, diariamente. O repórter Ailton do Vale, da Itatiaia, acompanhou a saga da trabalhadora que saiu do bairro Xangri-lá, em Contagem, com destino ao posto de saúde Santa Lúcia, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
São dois ônibus para ir e dois para voltar, totalizando quatro horas diárias dentro dos coletivos. O primeiro desafio da trabalhadora é conseguir embarcar, já que muitos coletivos passam lotados e sequer param nos pontos. Nesta terça-feira (1º), por exemplo, Val conseguiu entrar apenas no décimo ônibus.
“Todo dia é isso. Muito estresse, mais de duas horas para eu chegar ao trabalho e ônibus muito cheios. Hoje, por exemplo, nove ônibus passaram e não pararam pra mim, na rua Curitiba, no Centro”, disse Val, que faz o trajeto há décadas e garante que a situação do transporte público só piora”.
“A gente fica muito mais cansada dentro do ônibus do que no trabalho”, resume a servidora.
Veja o calvário diário da trabalhadora:
Val espera o primeiro do ônibus, da linha 3302A (Nova Pampulha), até o Centro de BH:
No ponto da rua Curitiba, ao lado do Minascentro, já no Centro de BH, Val conseguiu embarcar no décimo ônibus. E olha que ela pode pegar coletivos das linhas 9101, 8101 e 8103:
Após longa espera, Val consegue embarcar rumo ao bairro Santa Lúcia. Detalhe: o ônibus, o décimo a passar, estava lotado:
Servidora de BH que gasta mais de 2h para chegar ao trabalho consegue embarcar no 10º ônibus: ‘Todo dia é isso’
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June 1, 2022