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123milhas deve, pelo menos, R$ 4 milhões à Receita e ao INSS, mostram relatórios

Empresa tem um total de R$ 2,3 billhões em dívidas, incluindo mais de R$ 56 milhões em pendências fiscais; pedido de recuperação foi aprovado pela Justiça

Empresa enfrenta grave crise financeira

Em recuperação judicial, a 123milhas acumula mais de R$ 2,3 bilhões em dívidas. Apesar da maior parte delas serem as dívidas quirografárias, que são as últimas a serem pagas, um dado chama a atenção: a empresa possui mais de R$ 56 milhões em dívidas fiscais com entidades municipais, estaduais e federais. Neste valor, estão pelo menos R$ 4 milhões em dívidas com a Receita Federal e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Segundo o relatório do passivo fiscal apresentado pela própria 123milhas à Justiça, as empresas 123 Viagens e Turismo (CNPJ principal da agência) e da Art Viagens e Turismo (emissora de passagens por milhas da holding) têm uma dívida de R$ 1,15 milhão com o Imposto sobre a renda retido na fonte (IRRF). Além disso, existem quase R$ 2,9 milhões a serem pagos em repasses previdenciários (Instituto Nacional do Seguro Social).

Esses dados são referentes ao dia 23 de agosto de 2023 e não levam em conta possíveis dívidas quitadas após esta data. A Itatiaia entrou em contato com a 123milhas para questionar se os débitos estão sendo negociados e aguarda retorno.

Crise na 123milhas

A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes na última sexta-feira (18) após anunciar o cancelamento de pacotes de viagens promocionais, que atraíam muitas pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal ReclameAQUI.

Na última terça-feira (29), a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”. O pedido foi aceito pela Justiça nesta quinta-feira (31). Confira os detalhes do pedido.

Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro. Veja quais são os seus direitos.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.