Um grupo de 170 refugiados
A ida dos afegãos para o litoral, no entanto, foi conturbada. O grupo passou cinco horas em um ônibus, chegando a ficar parados na Via Anchieta. Isso porque, eles precisaram esperar uma autorização para desembarcar em Praia Grande.
O abrigo para onde foram levados, na Colônia dos Químicos, tinha sido lacrado por fiscais da prefeitura por falta de vistoria do Corpo de Bombeiros. Os refugiados foram liberados para se abrigar na cidade depois de uma reunião entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e a prefeita de Praia Grande, Rachel Cini (PSDB).
Ela exigiu policiais para controlar o acesso à colônia, montagem de ambulatório com pelo menos dois médicos, roupas de cama e banho para trocas diárias, intérprete e convênio para o pagamento de exames. Além disso, a prefeita pediu a definição de um prazo para a estadia dos afegãos na colônia.
Nas redes sociais, o ministro tinha reconhecido, ainda antes da reunião com a prefeita, que os afegãos estavam sem condições sanitárias. “O Brasil tem leis e nós estamos cumprindo. Esperamos das demais autoridades públicas idêntico comportamento. Lembro que há milhões de brasileiros morando em outros países e sempre desejamos que eles sejam respeitados. Então devemos dar o exemplo na nossa casa”, disse.
Nesta semana, a Prefeitura de Guarulhos confirmou que pelo menos 25 refugiados que estavam no aeroporto
Ação emergencial
De acordo com o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, a medida se trata de uma ação emergencial para retirar os imigrantes que hoje vivem em situação delicada e precária.
“Estão sendo organizados, junto com a sociedade civil, planos para que as famílias depois sejam levadas para um local mais adequado e com mais oportunidades de inserção social. Além disso, novos locais de acolhimento estão sendo preparados para os futuros fluxos de refugiados”, declarou o secretário.
Chegada de refugiados
Conforme o Ministério da Justiça e Segurança Pública, um grupo composto por diversos órgãos monitora a situação em Guarulhos desde o início deste ano. "[A pasta] garante um primeiro registro a todos que chegam, seja como solicitantes de refúgio ou seja como residente por acolhida humanitária”.
Entre setembro de 2021 e abril deste ano, 11.356 vistos humanitários foram autorizados. Desses, 7.517 foram emitidos. Além disso, 2.942 autorizações de residência foram concedidas e 603 refugiados reconhecidos.