Um surto de sarna atinge os
O surto foi identificado na quinta-feira (22) pela Prefeitura de Guarulhos. No domingo (25), a situação foi confirmada também por médicos de entidades que acompanham a situação dos imigrantes.
No aeroporto, os afegãos vivem de forma improvisada, com barracas feitas de cobertas. Eles também enfrentam dificuldade para manter a higiene. Uma refugiada contou, na semana passada, que conseguia tomar banho apenas uma vez por semana.
A sarna é uma doença contagiosa transmitida pelo contato humano ou por objetos. As condições às quais os refugiados estão submetidos podem facilitar na transmissão da doença. Os principais sintomas são coceira intensa e lesões na pele.
Três organizações que auxiliam os refugiados no Brasil pediram à direção do aeroporto a liberação de vestiários com chuveiros para a higiene pessoal dos afegãos. A reportagem tenta contato com a administração do aeroporto.
Em nota, o município informou que “apesar de não ser uma questão de responsabilidade da Prefeitura de Guarulhos, a administração municipl segue acompanhando a situação dos afegãos acampados no aeroporto”. Segundo a prefeitura, os afegãos receberam atendimento médico no local, “com a prescrição de medicamentos para o tratamento”.
Visto para entrada
Uma portaria do governo federal, de setembro de 2021, estabeleceu a concessão de visto para os imigrantes do Afeganistão. Entre janeiro e setembro de 2022, quase 3 mil refugiados chegaram ao Brasil, conforme o Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). Milhares de afegãos deixam seu país desde que o grupo extremista Talibã reassumiu o controle.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, até o dia 14 de junho deste ano, o governo brasileiro autorizou a concessão de 11.576 vistos de acolhida humanitária em favor de afegãos. Do total, 9.003 vistos foram efetivamente entregues aos requerentes.
O improviso de refugiados com barracas de cobertas no aeroporto parecia resolvido em fevereiro deste ano, quando, pela primeira vez, o número de pessoas havia sido zerado. Mas, em abril, o número de pessoas presentes no aeroporto voltou a aumentar.
Para tentar viabilizar uma solução, a Prefeitura de Guarulhos pediu na semana passada ao governo federal que reconheça o município como fronteira do Brasil. Dessa forma, seria possível ter mais acesso a recursos e auxílio do executivo federal para atender aos refugiados.