Pós-Natal tem queima de estoque e descontos de até 50% no comércio de BH

Lojistas tentam recuperar vendas fracas e garantir fôlego no caixa com promoções em shoppings e lojas de rua

Comércio aposta em promoções e parcelamento para atrair clientes no fim do ano

Com o fim do Natal, o comércio de Belo Horizonte entra em uma nova tradição típica desta época do ano: os saldões de queima de estoque.

Em 2025, as promoções devem ser ainda mais agressivas, já que as vendas ficaram abaixo do esperado, segundo o Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH).

A estratégia dos comerciantes é evitar ficar com mercadorias paradas e garantir fluxo de caixa para arcar com despesas como aluguel, salários e pagamento a fornecedores. Por isso, lojas de rua e shoppings já começaram a exibir placas de liquidação, com descontos que chegam a 50%.

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Em uma loja de roupas masculinas em um shopping da capital, o subgerente Lucas Vasconcelos conta que o processo de remarcação já começou. Segundo ele, praticamente todas as peças estão entrando em promoção para atrair consumidores no período pós-Natal e pós-Réveillon.

Ainda de acordo com Lucas, itens de cores claras, muito procurados para as festas de fim de ano, tiveram grande saída. Peças brancas, como bermudas e camisas, já estão quase esgotadas. “Quem quiser passar o Réveillon usando branco precisa correr, porque está acabando”, afirmou.

O presidente do Sindilojas-BH, Salvador Ohana, explica que a liquidação é uma medida necessária para equilibrar as contas. Segundo ele, lojistas que ficaram com estoque acima do previsto precisam acelerar as vendas para garantir capital de giro e evitar recorrer a empréstimos bancários.

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“A partir do fim do ano e durante todo o mês de janeiro, praticamente todo o comércio entra em liquidação. O objetivo é fazer caixa para pagar aluguel, funcionários e fornecedores”, destaca.

Nas lojas de calçados, os descontos também já começaram. A gerente Tamara Diniz afirma que há ofertas de até 40% e facilidades no pagamento. Segundo ela, o parcelamento sem juros e a sensação de exclusividade ajudam a impulsionar as vendas.

“A gente trabalha muito com parcelamento em até seis vezes sem juros. E também com o fator da escassez: o cliente sabe que, se não comprar agora, pode não encontrar o produto depois”, explica.

A expectativa do setor é que o movimento aumente nos próximos dias, com consumidores aproveitando os preços reduzidos para renovar o guarda-roupa e economizar no início do ano.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.

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