Por que as certificações verdes viraram exigência para a indústria brasileira

Consultor da FIEMG explica como estratégias ESG e selos ambientais reconhecidos garantem competitividade, evitam greenwashing e ampliam o acesso a mercados

Certificações verdes impulsionam competitividade e consolidam a credibilidade ESG das empresas

Uma estratégia ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) sólida deixou de ser diferencial e se tornou requisito para que indústrias mantenham contratos, ampliem mercados e fortaleçam sua reputação. Para Ítalo Montrazo, consultor comercial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o primeiro passo é compreender profundamente o próprio negócio e os impactos que ele gera.

“A estratégia começa pelo entendimento claro dos riscos, oportunidades e prioridades”, explica à Itatiaia.

Segundo ele, um diagnóstico estruturado permite identificar os temas materiais, direcionar investimentos e atender às demandas de clientes, cadeias produtivas e investidores.

Ele conta que a FIEMG atua nesse processo oferecendo orientação técnica e ferramentas de avaliação para transformar princípios ESG em valor, eficiência e resultados concretos. Esse apoio inclui desde o mapeamento de riscos até o suporte para adequação a certificações ambientais cada vez mais exigidas no setor industrial.

Certificações ambientais impulsionam eficiência e credibilidade

Entre os principais selos e normas, Ítalo destaca a ISO 14001. De acordo com ele, é considerada a certificação ambiental mais reconhecida do mundo e base para qualquer indústria que busca credibilidade. Ela avalia gestão de recursos, resíduos, emissões, efluentes e conformidade legal, além de processos de melhoria contínua.

Outro destaque é a ISO 50001, voltada para gestão de energia. A norma avalia o monitoramento do consumo, eficiência energética e planos de redução de desperdícios — fundamental para empresas com alto gasto energético. Já a ISO 14064 tem ganhado espaço em cadeias produtivas por medir emissões de gases de efeito estufa e oferecer transparência para metas de descarbonização.

Setores moveleiro, de papel, embalagens e construção também buscam certificações como FSC, que garantem rastreabilidade da madeira e manejo florestal sustentável. Para plantas industriais, o LEED se consolida como selo relevante por avaliar sustentabilidade da construção, uso eficiente de recursos e gestão de resíduos.

Ítalo lembra que o licenciamento ambiental regular, embora não seja uma certificação, é obrigatório e decisivo para a manutenção de contratos. Empresas sem conformidade dificilmente permanecem em cadeias produtivas complexas.

Greenwashing é combatido com evidências, não discursos

Com o avanço das políticas ESG, cresce também a preocupação com práticas de greenwashing. Para o consultor da FIEMG, a credibilidade vem da capacidade de provar o que se faz.

“A empresa comprova que não faz greenwashing quando suas ações são medidas, auditadas, documentadas e integradas à operação”, afirma. A transparência total na comunicação é outro aspecto essencial.

Investimentos necessários e impacto na competitividade

Para conquistar certificações verdes, Ítalo destaca que as indústrias precisam investir em infraestrutura eficiente, padronização de processos, capacitação das equipes e fortalecimento da governança. O monitoramento contínuo dos indicadores ambientais também é indispensável.

O retorno, segundo Ítalo, é expressivo. “As certificações impactam diretamente a competitividade porque ampliam acesso a mercados, fortalecem a reputação, reduzem custos de operação e aumentam a capacidade de exportar”, afirma. Para ele, além de atender às exigências do mercado, elas impulsionam eficiência, inovação e resultados econômicos.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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