Como o Sesi ajuda empresas a se preparar para fiscalizações ergonômicas

Atuação preventiva, diagnósticos técnicos e treinamentos estruturados reduzem riscos de autuações e fortalecem a gestão em ergonomia

Avaliação ergonômica em posto de trabalho ajuda a identificar riscos antes de fiscalizações oficiais

A adequação às normas de ergonomia deixou de ser apenas uma exigência legal e passou a integrar a estratégia de saúde, segurança e produtividade das empresas.

Diante de fiscalizações cada vez mais criteriosas, o Serviço Social da Indústria (SESI) tem atuado de forma preventiva para apoiar organizações na identificação, correção e gestão dos riscos ergonômicos antes da visita de auditores fiscais do trabalho.

Segundo Carla Carneiro, analista de Ergonomia do Sesi de Uberlândia (MG), as fiscalizações têm como foco principal verificar se o trabalho está adaptado às pessoas.

“Com base na NR-17, os auditores observam as condições reais dos postos de trabalho, como posturas adotadas, movimentos repetitivos, esforço físico, manuseio de cargas, ritmo de trabalho, pausas, mobiliários e ferramentas”, explica à Itatiaia.

Além disso, fatores ambientais como iluminação, ruído e conforto térmico, bem como a organização do trabalho, também entram no escopo da análise. Esses aspectos devem estar devidamente registrados em documentos técnicos, como a Análise Ergonômica Preliminar (AEP) e a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

O que pesa em uma fiscalização ergonômica

De acordo com Carla, um ponto cada vez mais relevante nas inspeções é a existência e a efetividade de um Programa de Gestão em Ergonomia (PGE).

“Os auditores avaliam se a empresa possui um cronograma estruturado de ações, com treinamentos, remanejamento de atividades, comitês de ergonomia e programas de melhoria contínua, além de evidências de que essas ações estão sendo acompanhadas ao longo do tempo”, afirma.

Ela destaca que a atuação dos auditores-fiscais tem, prioritariamente, caráter preventivo e educativo. “Em regra, o auditor orienta a empresa, aponta não conformidades e concede prazo para adequação, principalmente quando não há risco grave e iminente à saúde do trabalhador”, diz.

No entanto, multas podem ser aplicadas em casos de descumprimento evidente da NR-17, reincidência, ausência de documentação mínima ou risco significativo à saúde dos trabalhadores.

Atuação preventiva do SESI antes da auditoria

Para evitar esse cenário, o Sesi atua de forma consultiva e antecipada. Conforme explica Carla Carneiro, a instituição realiza diagnósticos ergonômicos prévios por meio de visitas técnicas aos postos de trabalho, com observação direta das atividades reais. “Esse trabalho permite identificar não conformidades antes da fiscalização e orientar a empresa na elaboração da AEP e da AET, com recomendações práticas e priorização de ações”, detalha.

O apoio também envolve orientação técnica contínua e adequação à NR-17, reduzindo tanto o risco de autuações quanto os afastamentos por doenças osteomusculares.

“A ergonomia bem aplicada alinha saúde e produtividade, contribuindo para o desempenho sustentável da indústria”, ressalta a analista.

Métodos e ferramentas alinhados à legislação

O SESI utiliza métodos tecnicamente reconhecidos e compatíveis com a NR-17, como RULA, REBA, OWAS, OCRA e NIOSH, além de checklists normativos, avaliações biomecânicas, medições ambientais e entrevistas com trabalhadores e gestores. Há ainda o uso de registros fotográficos e vídeos técnicos, quando aplicável.

Para uma visão mais ampla das exigências legais, Carla destaca o Diagnóstico Indústria Segura. “Após avaliações em campo e análise documental, é elaborado um relatório que indica itens conformes, não conformes, a projeção de eventuais multas e as ações corretivas necessárias”, explica.

Treinamentos que fortalecem a cultura preventiva

Os treinamentos e orientações oferecidos pelo SESI também têm papel central na melhoria contínua. Segundo Carla, essas ações traduzem a ergonomia para a prática diária.

“Mostramos como pequenas mudanças reduzem dores, fadiga e erros, além de sensibilizar gestores ao conectar ergonomia com produtividade, qualidade e redução de custos”, afirma.

Ela acrescenta que os trabalhadores são capacitados para reconhecer riscos e adotar métodos mais seguros, o que estimula a participação ativa e valoriza a experiência de quem executa a atividade. “Assim, a ergonomia deixa de ser apenas uma exigência legal e passa a fazer parte da gestão do trabalho”, conclui.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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