Você conhece uma combinação perfeita de dois alimentos como a do ovo e o leite? Existem outras várias, como arroz e feijão. A carne, por sua vez, se dá com quase todos os alimentos, além do próprio café, que disputa com o ovo uma parceria popular com o leite.
Porém, tenho dúvidas se alguma delas oferece tanta proteína, para todas as idades, quanto o leite e o ovo. Além disso, nos proporcionam uma variedade de derivados que nenhuma outra dupla oferece.
São alimentos que entram no paladar das crianças sem nenhum preconceito e sempre foi a melhor alternativa na hora do “aperto”, sempre com preços mais acessíveis que as demais proteínas.
Entretanto, os tempos mudaram! A chegada da alta tecnologia e a falta de política do governo para o segmento do leite vêm amassando os pequenos e médios produtores. A defesa dos menos favorecidos sempre foi usada às vésperas de eleições com promessas quase nunca cumpridas.
Com o crescimento do agronegócio, hoje responsável por quase 30% do PIB nacional, a atenção dos políticos se volta para o homem do campo. Muitos jamais pisaram no chão do curral e muito menos admitem colocar seus carros importados na poeira para visitarem esses disputados e fiéis eleitores.
Numa entrevista no Jornal da Itatiaia com o presidente da Faemg/Senar, Antônio de Salvo, ficou bem claro a série de riscos que o segmento do leite está correndo com a desenfreada importação do leite em pó, liberada pelo governo federal.
Leite mais barato agora vai agradar o consumidor e muito mais ainda, aqueles que que buscam o palanque da promoção política. Mais à frente, segundo Antônio de Salvo, muitos pequenos produtores vão sair do ramo e o pior cenário seria o desabastecimento do mercado.
Pois é!
Tem coisas que a gente não entende! Ao mesmo tempo que o governo fala em apoiar o pequeno produtor, o agricultor familiar, o que é muito importante, estamos colocando em risco um novo aumento do leite, voltando ao ano passado e excluindo do mercado aquele que tira 20, 30, 40 litros por dia, na mão! Só porque a indústria quer?
Volto ao nosso ditado mineiro: vamos medir bem a água e o fubá para que o angu não fique duro demais ou vire mingau!
Preço do ovo não vai baixar
Outra conversa muito produtiva foi com o presidente da ABPA, Ricardo Santim, um pecuarista que tem recursos lógicos e diversos para sempre defender o agronegócio brasileiro. Não foge de nenhuma pergunta, respondendo todas com argumentos que na maioria das vezes são convincentes.
Santim foi claro ao dizer que os preços atingidos pelo ovo corrigem os valores de produção quando o milho e o farelo de soja estavam em disparada.
Não quer dizer que os preços não possam sofrer quedas leves variando de região para região, porém retornar aos patamares anteriores não será possível.
Concordo que o ovo subiu bem acima do esperado pelos consumidores menos favorecidos, mas Santim tem razão para dizer que o ovo é mais barato que uma garrafa de água ou de guaraná. Com uma dúzia de ovo o consumidor compra 2 litros de refrigerante e não se compara o que representa o ovo em relação a saúde!