O alto volume de novilhas e vacas abatidas no primeiro trimestre do ano contribuiu para as quedas em sequência da arroba do boi, que está em excesso no pasto esperando o embarque para os frigoríficos.
O produtor vai ficando sem alternativa porque os pastos perdem qualidade com o frio e a ausência de chuvas, e não há alternativa senão buscar uma alimentação suplementar.
Se o preço da arroba está baixo e o bezerro valendo bem menos que o normal no mercado, as vacas são as primeiras a serem descartadas. Soma-se a esse fato os animais de leite que também podem ir para os frigoríficos se não houver mudança na política leiteira.
Segundo o IBGE o abate de fêmeas de janeiro a março chegou a 3,26 milhões de cabeças, o que representa o maior volume registrado desde 2019.
É um dado que preocupa os pecuaristas por causa do alto número de fêmeas abatidas, o que poderá trazer problemas na cadeia da carne em 2024/25.
O porquê da preocupação?
Se morrem as futuras mães, onde estará o volume necessário de bezerros para reposição do rebanho?.
Com menos bezerros oferecidos no mercado os preços vão subir, e os custos serão mais altos para se colocar os bois em ponto de abate. Logicamente, o boi ficará mais caro para os frigoríficos que vão repassar os preços da carne para quem?
Não há outro caminho, senão o consumidor!
Mas essa sequência faz parte do ciclo da carne e não quer dizer que isso possa representar uma carne inflacionada no futuro. A não ser que haja um desequilíbrio exagerado. Outros pontos amortecedores podem aparecer no caminho estabilizando os preços.
Ovos em queda
Está chegando a hora dos ovos voltarem ao preços normais porque as galinhas estão botando mais. As caipiras que reduzem muito a produção no outono já começam a encher os ninhos de ovos. Quando as galinhas caipiras “entram em recesso”, a população do interior vai para o ovo de granja e aumenta a demanda.