Ouvindo...

Agricultor familiar terá acesso a agricultura de precisão

Projeto aprovado na Câmara Federal determina as obrigações do Governo no incentivo à prática da Agricultura de Precisão

Aplicações especializadas podem ampliar acesso a mercados e reduzir custos

Se for uma lei para funcionar mesmo, o agricultor familiar e também o pequeno e médio produtores também serão agraciados com esse projeto, que é audacioso por envolver muita tecnologia e ter um custo relativamente alto. Se educar um povo em escolas favorece o crescimento contínuo de um país, nada mais importante do que educar o homem do campo em seu segmento. O agronegócio representa quase 30% do PIB nacional e os pequeno produtores são responsáveis por quase 70% da produção brasileira.

O Programa Agricultura Familiar foi criado pelo SENAR com o objetivo de auxiliar no gerenciamento agrícola levando os novos conceitos e técnicas modernas ao produtor rural de forma gratuita. O projeto que virou lei na Câmara Federal vem para reforçar o incentivo obrigatório por parte do Governo a esse segmento da agropecuária brasileira.

Os grandes produtores do agronegócio, ao contrario dos muitos que pensam diferente, também precisam de incentivos do governo. A maioria clama por maiores facilidades no escoamento da safra através de boas estradas, portos secos, ferrovias e menos burocracia para desembaraçar problemas do campo. E agora, menos impostos! Ou melhor, que não haja aumento de taxas que estão se alastrando a partir de alguns estados. A conta vai cair no bolso do consumidor, não ha outro endereço!

Temos hoje um numero que se aproxima de 5 milhões de agricultores familiares espalhados pelo território nacional. É muita gente que trabalha e se sustenta nesse segmento. Fica para o Agronegócio, propriamente dito, a incumbência de trazer dólares para o Brasil com suas exportações recordes, fomentar os parques industriais de máquinas agrícolas, produtores de sementes, produtos químicos e farmacêuticos, uma cadeia de crescimento mundial.

Se o agricultor familiar participa com grande percentual de sua produção na alimentação do brasileiro, o agronegócio contribui muito na alimentação do planeta deixando parte sua produção também por aqui. Sabemos que há problemas de alimentos para classes menos favorecidas. É quando deve entrar o governo para contrabalançar oferecendo alternativas de trabalho para que todos possam ter dinheiro no bolso. Alimento não falta no país!

Brasil sustentável

O presidente eleito, Lula, esteve na COP27 no Egito e garantiu que o Brasil vai seguir as normas ambientais necessárias para continuar com seu mercado do agronegócio sem restrições para o resto do mundo. Se o presidente entende que alguns setores do agronegócio não trabalham de acordo com as normas exigidas, chegou o momento dele apoiar inteiramente o projeto hora aprovado pelo câmara.

É de absoluta responsabilidade do Governo Federal incentivar a pratica da agricultura de precisão que usa tecnologia de ponta, maquinas modernas, GPS, drones, sensores de solo, como exemplos. Esse procedimento influi diretamente na redução de adubos, fertilizantes e agrotóxicos, garantindo uma produção altamente sustentável.

O problema está na compra dos equipamentos que são caros, muito além das possibilidades financeiras do agricultor familiar , que certamente também não terá seu cadastro aprovados pelo bancos credenciados. Outros que não ficam muito distantes dessa realidade são os pequenos produtores que não são do grupo dos familiares.

Além de equacionar a questão financeira e incentivar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, será do Governo Federal a criação urgente de escolas formadoras de profissionais. Por sinal, a Epamig lançou esse ano um curso superior em Pitangui -MG de Agricultura de Precisão, primeiro do país! E já tem um de Laticínios funcionando em Juiz de Fora. Vá ao site da epamig.br e confira! Há uma demanda enorme para profissionais dessas áreas e a tendencia é de mais crescimento. Um trabalho do Governo de Minas Gerais, idealizado pela Professora Nilda Soares, diretora-presidente da EPAMIG. Já venho dizendo a tempos que a mulher entrou para o agro sem medo!

Só esperamos que não seja mais uma lei para não ser cumprida. Sempre me lembro da obrigatoriedade do agricultor só poder usar produtos tóxicos na lavoura com trator de cabine. Entre os agricultores familiares muitos nem trator tem, e, se não há nenhuma subvenção do Governo Federal, como um trabalhador rural vai comprar um trator com cabine e ar condicionado que custará no mínimo 150 mil reais. Esses vão continuar carregando a bomba de defensivos nas costas. Não creio que o governo vai participar dessa tarefa.

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.