Segundo dados do Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço médio da carne bovina mesmo sendo período de entressafra, é o mais barato nos últimos 3 anos. Observa-se aí a média mensal deflacionada a partir de outubro de 2019.
Aqui não se fala sobre o preço dos cortes mas o preço do quilo da carcaça bovina. Mesmo assim é difícil compreender. Também não é o preço passado ao consumidor. É o que paga o varejista e ele precifica para quem vai comprar.
Se houve desvalorização é porque o consumo é pequeno, o povo está sem dinheiro para fazer até seu churrasquinho e muitos e nem conseguem mais colocar um pedaço dessa proteína no prato.
A desorganização no mercado mundial da carne, aliás de todos os produtos, faz com que as duas pontas da cadeia da carne fiquem à mercê daqueles que ditam os preços do mercado e os frigoríficos tem boa participação nisso aí.
Evidente que eles também não podem pagar o “pato” sozinhos mas possuem mecanismos para sempre tirar o prejuízo que ronda o mercado.
O produtor é o pioneiro no pagamento desses tributos. Falo do pequeno e médio produtores, pois os grandes que trazem os dólares para o Brasil tem os navios abertos para os embarques de milhares de toneladas. Aí vale a pena! Mas os grandes também fizeram e fazem altos investimentos para chegarem a essa posição privilegiada.
Só que o abastecimento de grande parte do mercado nacional pertence ao pequeno e ao médio e se boa parte da população parou ou está comprando menos, o que ele tem como opção?
Ficar com o boi no pasto, comprando insumos com preços além dos limites no mercado e muitas vezes se sujeitar a ofertas que não bancam nem o 0x0 da engorda e da venda do animal.
Muitos vão ficando sufocados e abrem as porteiras da fazenda entregando o gado para pegar a grana e correr ao banco para pagar seu financiamento. Se não pagar em dia, ano que vem suas propostas não serão liberadas.
O mais interessante é que esse comportamento do mercado coincide exatamente com a entressafra que permite ao criador, que consegue segurar um pouco mais a sua boiada no pasto, conseguir um ganho maior por falta de animais prontos para o abate. Só que esse ano a perspectiva não é das melhores.
Por isso, é que o agropecuarista precisa se modernizar e hoje já existem boas facilidades de financiamentos incentivadas pelo governo. E foi nesse caminho que o Brasil explodiu no Agronegócio mundial. Pena que veio a pandemia, e, para travar o mundo ainda mais a guerra Rússia/Ucrânia.
Também é importante que novos projetos dos governos federal e Estadual sejam colocados à disposição do mercado do Agro. O Brasil já produz muito, é o terceiro no mundo. Como prevê o presidente da FAEMG, Antônio de Salvo, em 10 anos o Brasil seguramente será o maior produtor do planeta de 9 dos 12 produtos da agropecuária.