Como o Capitalismo Consciente é a principal alternativa para reduzir as desigualdades sociais, promover oportunidades e gerar riquezas para nosso país.
O modelo econômico capitalista foi criado por Adam Smith, filósofo escocês, em 1776, em meio à Revolução Industrial na Inglaterra. Após muitos estudos, Adam escreveu o livro A Riqueza das Nações, que viria a ser a “bíblia” desse novo modelo econômico baseado na propriedade privada, que tem como meio, a produção de bens de consumo, sua comercialização e a obtenção do lucro.
Mais atual do que nunca, Adam defendia que “o que vai gerar a riqueza das nações é o fato de cada indivíduo procurar o seu desenvolvimento e crescimento econômico pessoal”.
O capitalismo sempre foi um tema polêmico, muitos acreditam que o modelo econômico explora o trabalhador e enriquece uma minoria. Com certeza, o capitalismo cometeu muitos erros, mas sem sombra de dúvidas, ainda é o que funciona melhor, e tem buscado ao longo do tempo evoluir.
Mas um momento foi crucial para que se “virasse a chave” de muitos capitalistas que visavam somente o lucro, foi em 1970, quando o renomado economista Milton Friedman afirmou categoricamente em um artigo publicado na revista do New York Times, que a única responsabilidade social das empresas era gerar lucro para seus acionistas, dentro das regras da sociedade, ou seja, das leis.
Tal afirmação gerou uma grande repercussão negativa e foi mais tarde o despertar de uma visão mais humana para o capitalismo que, sim, precisa gerar lucro para os acionistas, mas também, trazer valor para toda a sociedade.
A partir dessa declaração muito debateu-se sobre como as empresas poderiam ser mais humanas, colaborativas e responsáveis socialmente e ambientalmente.
Primeiro surgiu o conceito de sustentabilidade, para a empresa ser sustentável era preciso que ela contemplasse três pilares: sucesso econômico, responsabilidade ambiental e responsabilidade social. Esse conceito evoluiu e hoje falamos de ESG ou ASG que significa em português: ambiental, social e governança.
A inclusão do pilar governança foi crucial, uma vez que, nenhuma empresa consegue ser socialmente e ambientalmente responsável se seus líderes e acionistas não estiverem efetivamente comprometidos com esses pilares.
Toda evolução do sistema capitalista pode ser exemplificada através do surgimento do Movimento Capitalismo Consciente. Criado em 2008, por John Mackey, cofundador e CEO da Whole Foods Market, e Raj Sisodia, especialista em gestão e professor da Babson College.
O Capitalismo Consciente é uma filosofia de negócios fundamentada em quatro pilares: propósito maior, orientação para stakeholders, liderança e cultura conscientes, conceitos amplamente abordados no livro Capitalismo Consciente, como despertar o espírito heroico dos negócios, publicado no ano 2008 e de autoria dos fundadores do mesmo.
No Brasil, o movimento chegou em 2010 e teve em 2019 seu primeiro congresso em São Paulo, foi quando eu o conheci e comecei a estudar para utilizar suas ferramentas na construção da consultoria em responsabilidade social da minha empresa Terceirolhar.
Thomaz Eckschmidt é fundador do Movimento Capitalismo Consciente no Brasil, Peru, Colômbia e Equador além de coautor do livro Conscious Capitalism Field Guide (Harvard), para ele, o modelo também denominado capitalismo de stakeholders, é o caminho ideal para termos uma sociedade mais inclusiva, porque parte de uma filosofia baseada no propósito, e dessa forma, existe a preocupação de se criar negócios e desenvolvê-los a partir da vontade de se criar uma sociedade melhor, mais inclusiva, sendo que, o propósito nunca é algo egocêntrico, mas sim, ecocêntrico.
Thomas também chama a atenção para o fato de que as empresas precisam reconhecer a interdependência dos stakeholders, que é entendermos que somos mais fortes juntos, por isso, é fundamental que todos sejam valorizados para a perpetuação e sucesso do negócio.A interdependência também promove uma cultura consciente baseada em valores hoje fundamentais para a saúde da organização tais como inclusão, empatia, resiliência, amor ao próximo, colaboração dentre outros.
Outro ponto fundamental é o desenvolvimento das lideranças, cada vez mais, os valores acima descritos se tornam fundamentais para a aprovação de um candidato na empresa que busca um negócio consciente. O sucesso de uma organização está diretamente relacionado ao bem estar dos seus colaboradores, por isso, empresas de treinamento se destacam com esse objetivo. Laura Torres é Conselheira do Capitalismo Consciente MG e fundadora da empresa Gestores de Sonhos, um negócio que até pouco tempo atrás parecia utópico e que hoje é altamente requisitado: um hub de treinamentos ágeis que realizam, tanto em termos de cultura quanto liderança, uma filosofia de desenvolvimento e conscientização alinhada aos pilares do capitalismo consciente, formando profissionais capazes de atuar de forma mais humanizada e como foco em resultados sustentáveis.
Por mais que tenhamos um país cuja cultura entende o Estado como principal provedor do bem estar social, é o segundo setor (empresas) que há muitos anos têm sido o grande protagonista na redução das desigualdades e geração de oportunidades.
Empresas que possuem uma cultura alinhada aos pilares do Capitalismo Consciente são capazes de transformar para melhor nossa sociedade através de seus institutos ou áreas de responsabilidade social, apoiando ONGs, projetos sociais voltados para o empreendedorismo e geração de renda, desenvolvendo iniciativas internas como programas de voluntariado, dentre outras formas de atuação importantes que contribuem para a geração de riqueza e oportunidades, diminuição das desigualdades, qualidade de vida, inclusão e dignidade humana.
Mais atual do que nunca, Adam Smith já afirmava: “O que vai gerar a riqueza das nações é o fato de cada indivíduo procurar o seu desenvolvimento e crescimento econômico pessoal”.
Quer conhecer mais sobre o Movimento Capitalismo Consciente?
Com o tema desigualdade de acesso à educação de qualidade, dia 18 de Maio vai acontecer o Fórum Regional do Capitalismo Consciente em Belo Horizonte. O evento discutirá como a iniciativa privada pode contribuir para um maior acesso à educação de qualidade baseado nos princípios do Capitalismo Consciente, buscando mostrar que isso gera ainda mais valor para o seu negócio.
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