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TJ decreta aposentadoria compulsória de juíza que criticou STF e Moraes pelas redes

Atuante nas redes sociais, Ludmila Grilo ficou conhecida por dar opiniões políticas e críticas sobre decisões

Atuante nas redes sociais, Ludmila Grilo ficou conhecida por dar opiniões políticas e críticas sobre decisões

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decretou aposentadoria compulsória da juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude da comarca de Unaí. A decisão foi tomada durante sessão do órgão especial do TJMG no final da tarde desta quarta-feira (24).

A decisão se deu por conta de processos que a juíza responde no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por supostamente ter violado deveres funcionais. Em fevereiro, o próprio CNJ afastou Ludmila Lins Grilo do cargo.

Atuante nas redes sociais, Ludmila Grilo ficou conhecida por dar opiniões políticas e críticas sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos processos contra ela no CNJ era, justamente, por conta de suposta conduta irregular da magistrada nas redes. À época, o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, chegou a determinar a suspensão das contas da juíza.

Em 2021, a juíza chegou a criticar um posicionamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) que condenou os “atos e discursos autoritários” do 7 de Setembro de 2021. Na ocasião, chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de “canalha”.

Em outro momento, a juíza também criticou o inquérito das Fake News durante uma entrevista à “Jovem Pan”. “Quem é estudante de Direito, de primeiro período de Direito Penal, compreende perfeitamente o que está acontecendo como algo absolutamente absurdo, grotesco no mundo jurídico”, afirmou Ludmila, na época.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.